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Centrão quer Plano Pró-Brasil, mesmo que Guedes saia do governo

Bloco apóia projeto articulado pelo ministro-chefe da Casa Civil, com foco no aumento do investimento público para recuperar a economia no pós-crise

Guedes (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ligia Tuon

Publicado em 27 de abril de 2020 às 18h18.

Parlamentares do centrão querem uma mudança de rumo na política econômica com ênfase em mais gastos públicos, mesmo que isso resulte na saída do ministro da Economia, Paulo Guedes , disseram três parlamentares sob condição de anonimato.

O bloco apóia o Plano Pró-Brasil, articulado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, com foco no aumento do investimento público para recuperar a economia no pós-crise do coronavírus.

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O presidente Jair Bolsonaro se aproximou recentemente do centrão, formado por partidos menores como o PL, PP, PSD e Republicanos, para conquistar mais apoio no Congresso. A demissão de Sergio Moro do ministério da Justiça provocou abalo no governo.

Alguns integrantes do bloco acreditam que a saída de Moro abre espaço para que Guedes, outro superministro de Bolsonaro, também deixe o cargo, segundo disseram em condição de anonimato porque a discussão não é pública.

Guedes tem uma visão muito diferente do projeto pós-pandemia desse grupo político, já que o ministro defende a disciplina fiscal e as reformas para atração do investimento privado como forma de recuperar a atividade. Os receios sobre uma eventual saída do ministro da Economia mantêm o dólar pressionado, perto de R$ 5,70.

Guedes tem conhecimento da atuação do centrão para desestabilizá-lo, mas acredita que o presidente Jair Bolsonaro ainda o apoia para seguir com sua proposta de agenda original, disse um integrante da equipe econômica.

O presidente demonstrou apoio a Guedes em aparição à imprensa nesta segunda-feira. “Homem que decide economia no país é um só, o Paulo Guedes”, disse Bolsonaro, ao lado do ministro.

A pressão por mais gastos, entretanto, não mudou, segundo um integrante da equipe econômica.

Uma das ações mais preocupantes, segundo dois integrantes da equipe econômica, é a possível prorrogação da ajuda emergencial que o governo dá a trabalhadores informais por um período de 3 meses, com custo de mais de R$ 100 bilhões. O temor é que Bolsonaro ceda a pressões para ampliar esse pagamento por mais tempo.

Se Guedes deixar o governo, a maior parte de sua equipe também deverá sair, disseram duas fontes da área econômica.

Procurado, o Ministério da Economia não comentou.

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