Cena eleitoral afeta atividade econômica, diz Guardia
Ministro ainda que, mesmo antes da greve dos caminhoneiros, já estavam sendo observadas reduções nas expectativas de crescimento econômico
Reuters
Publicado em 18 de junho de 2018 às 15h30.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia , afirmou nesta segunda-feira que os cenários político e eleitoral têm afetado a atividade econômica do Brasil, bem como a greve dos caminhoneiros e o setor externo, além do processo de normalização da política monetária nos Estados Unidos e disputas comerciais entre norte-americanos e chineses.
"A questão da transição política também impacta a economia nacional", afirmou ele durante evento com empresários em São Paulo.
O ministro disse ainda que, mesmo antes da greve dos caminhoneiros que durou 11 dias em maio e afetou o abastecimento em todo o país, já estavam sendo observadas reduções nas expectativas de crescimento da economia.
O mercado doméstico piorou nas últimas semanas após a greve elevar as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo.
Além disso, pesquisas eleitorais vêm mostrando dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.
"(Além da cena externa e da greve de caminhoneiros) nós também sofremos nesse período recente com maior aversão ao risco, maior preocupação dos agentes econômicos. E, eu acho que isso também é inegável, com o debate político para a continuidade ou não dessa agenda de reformas que o governo brasileiro vem implementando ao longo dos últimos dois anos", acrescentou.
O dólar disparou e chegou a ir ao patamar de 3,90 reais, bem como as taxas dos juros futuros no país, obrigando o Banco Central e o Tesouro a atuarem juntos e de maneira intensa para tentar trazer equilíbrio aos mercados.
"BC e Tesouro têm os instrumentos para atuar no mercado de câmbio e juros", reafirmou o ministro, acrescentando ainda que o setor privado já estava com "hedge", ou seja, com proteção nos mercados financeiros.
Guardia disse ainda que esses efeitos são transitórios e não prejudicam de maneira permanente o potencial de crescimento do país. Ele citou ainda a normalização da política monetária dos EUA e a disputa comercial da China com os norte-americanos como fatores que também afetam a economia.