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Celso Lafer destaca contribuições do Brasil na OMC

O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil afirmou que é "conhecida" a importância que o país sempre deu ao multilateralismo em suas relações diplomáticas

Celso Lafer: ele ressaltou ainda a contribuição que o brasileiro Roberto Azevêdo vem dando como diretor geral da OMC (USP Imagens)
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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 13h09.

São Paulo - O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil Celso Lafer destacou nesta sexta-feira, 5, a importância do Brasil na Organização Mundial do Comércio ( OMC ).

Em discurso de abertura da conferência de lançamento da primeira cátedra (programa de representação do órgão em universidades) da OMC no Brasil em parceria com a FGV, ele afirmou que é "conhecida" a importância que o País sempre deu ao multilateralismo em suas relações diplomáticas.

Em sua fala, ele lembrou que o Brasil teve papel importante na Rodada do Uruguai (1986-1994), que culminou com a criação da OMC, tendo participação marcante na vida inicial do órgão.

Lafer destacou ainda que o País colaborou bastante para a conclusão do Acordo de Facilitação Comercial previsto no Pacote de Bali, que faz parte da Rodada de Doha, e vem contribuindo bastante para o debate de implementação do conjunto de decisões adotadas pelo Pacote.

O Pacote de Bali foi fechado em dezembro de 2013 na Indonésia, com o objetivo de revitalizar o comércio mundial.

Segundo o calendário acordado na ocasião, um protocolo com a ratificação do acordo deveria ser adotado em Genebra antes do final de julho de 2014, mas a Índia se negou a dar seu aval, bloqueando todo o processo.

Somente no último dia 27 de novembro o país concordou em assinar o acordo, após obter garantias adicionais sobre seus estoques.

Lafer ressaltou ainda a contribuição que o brasileiro Roberto Azevêdo vem dando como diretor geral da OMC. "Ele traz sua experiência pessoal e institucional do saber agregado da diplomacia brasileira", afirmou.

O ex-ministro das Relações Exteriores, que é professor emérito do Instituto de Relações Internacionais da USP, destacou ainda o papel do Itamaraty nessas discussões internacionais.

Mais eficiência

Para o diretor-geral adjunto da OMC, David Shark, que também discursou na conferência, o principal desafio do órgão para o futuro é pensar como operar de forma mais eficiente.

Ele destacou ainda a contribuição "ativa" e "significante" que o País vem dando para o desenvolvimento do comércio mundial.

Em sua fala, ele destacou que será cada vez mais importante conectar os mercados internacionais, aproximando as relações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Entre os principais pontos, ele defendeu uma maior transferência de tecnologia para países de economias menores, como a África, que está em "posição marginal" nesse aspecto. Segundo ele, isso ajudará a aumentar a produtividade e investimentos nos países menos desenvolvidos.

Importância crescente

O embaixador Clodoaldo Hugueney, que já representou o Brasil na China e na Venezuela, também presente na conferência, disse que a importância da OMC está crescendo, e não diminuindo.

Em debate, ele avaliou que grande parte das dificuldades pelas quais a entidade passa é reflexo da difícil situação da economia mundial.

"Eu realmente acredito que a importância da OMC está crescendo e não diminuindo", afirmou, defendendo a importância do órgão como "pilar central" do sistema de comércio internacional.

Para ele, uma das prioridades a partir de agora deve ser a conclusão da Rodada de Doha, com a implementação do conjunto de decisões adotadas no Pacote de Bali.

Segundo ele, o Brasil assumirá um "novo perfil" após a Rodada e, por isso, deve ter participação importante nas negociações. "Não porque a OMC é importante para o Brasil, mas porque o Brasil é importante para a OMC", disse.

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São Paulo - O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil Celso Lafer destacou nesta sexta-feira, 5, a importância do Brasil na Organização Mundial do Comércio ( OMC ).

Em discurso de abertura da conferência de lançamento da primeira cátedra (programa de representação do órgão em universidades) da OMC no Brasil em parceria com a FGV, ele afirmou que é "conhecida" a importância que o País sempre deu ao multilateralismo em suas relações diplomáticas.

Em sua fala, ele lembrou que o Brasil teve papel importante na Rodada do Uruguai (1986-1994), que culminou com a criação da OMC, tendo participação marcante na vida inicial do órgão.

Lafer destacou ainda que o País colaborou bastante para a conclusão do Acordo de Facilitação Comercial previsto no Pacote de Bali, que faz parte da Rodada de Doha, e vem contribuindo bastante para o debate de implementação do conjunto de decisões adotadas pelo Pacote.

O Pacote de Bali foi fechado em dezembro de 2013 na Indonésia, com o objetivo de revitalizar o comércio mundial.

Segundo o calendário acordado na ocasião, um protocolo com a ratificação do acordo deveria ser adotado em Genebra antes do final de julho de 2014, mas a Índia se negou a dar seu aval, bloqueando todo o processo.

Somente no último dia 27 de novembro o país concordou em assinar o acordo, após obter garantias adicionais sobre seus estoques.

Lafer ressaltou ainda a contribuição que o brasileiro Roberto Azevêdo vem dando como diretor geral da OMC. "Ele traz sua experiência pessoal e institucional do saber agregado da diplomacia brasileira", afirmou.

O ex-ministro das Relações Exteriores, que é professor emérito do Instituto de Relações Internacionais da USP, destacou ainda o papel do Itamaraty nessas discussões internacionais.

Mais eficiência

Para o diretor-geral adjunto da OMC, David Shark, que também discursou na conferência, o principal desafio do órgão para o futuro é pensar como operar de forma mais eficiente.

Ele destacou ainda a contribuição "ativa" e "significante" que o País vem dando para o desenvolvimento do comércio mundial.

Em sua fala, ele destacou que será cada vez mais importante conectar os mercados internacionais, aproximando as relações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Entre os principais pontos, ele defendeu uma maior transferência de tecnologia para países de economias menores, como a África, que está em "posição marginal" nesse aspecto. Segundo ele, isso ajudará a aumentar a produtividade e investimentos nos países menos desenvolvidos.

Importância crescente

O embaixador Clodoaldo Hugueney, que já representou o Brasil na China e na Venezuela, também presente na conferência, disse que a importância da OMC está crescendo, e não diminuindo.

Em debate, ele avaliou que grande parte das dificuldades pelas quais a entidade passa é reflexo da difícil situação da economia mundial.

"Eu realmente acredito que a importância da OMC está crescendo e não diminuindo", afirmou, defendendo a importância do órgão como "pilar central" do sistema de comércio internacional.

Para ele, uma das prioridades a partir de agora deve ser a conclusão da Rodada de Doha, com a implementação do conjunto de decisões adotadas no Pacote de Bali.

Segundo ele, o Brasil assumirá um "novo perfil" após a Rodada e, por isso, deve ter participação importante nas negociações. "Não porque a OMC é importante para o Brasil, mas porque o Brasil é importante para a OMC", disse.

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