O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper: "O Canadá só reconhecerá esse Estado depois que Israel fizer o mesmo" (Ben Nelms/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 17h43.
Jerusalém - O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, afirmou nesta segunda-feira que seu país manterá plenamente as sanções contra o Irã apesar de nesta segunda-feira ter entrado em vigor o acordo alcançado entre Teerã e as potências internacionais do Grupo 5+1.
"Se nossos desejos não se tornarem realidade, ou se o acordo for efêmero, o Canadá será uma voz potente para que as sanções sejam renovadas", disse Harper em discurso perante o Parlamento israelense (Knesset).
A União Europeia (UE) aprovou hoje a suspensão de algumas das sanções econômicas impostas ao Irã depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) assegurou que Teerã cumpriu a primeira parte do acordo alcançado em Genebra, e os Estados Unidos aprovaram, além disso, o início de "um modesto alívio" de suas sanções contra Teerã.
Por sua vez, Harper expressou seu ceticismo sobre as intenções do Irã e ofereceu o pleno apoio de seu Executivo a Israel, país junto ao qual disse que estará "contra tudo e contra todos".
Np primeiro discurso de um chefe do governo canadense perante a Knesset, Harper evitou qualquer tipo de crítica às políticas israelenses e destacou que a afinidade entre ambos países é histórica e radica nos valores comuns que compartilham e defendem.
"É correto apoiar Israel porque, após gerações perseguido, o povo judeu merece um Estado", declarou Harper, que foi recebido com uma prolongada ovação.
Além disso, Harper ressaltou que israelenses e canadenses compartilham o desejo que os palestinos possam formar um Estado viável e democrático que coexista pacificamente com Israel.
"O Canadá só reconhecerá esse Estado depois que Israel fizer o mesmo", advertiu.
Harper também se alinhou com o ceticismo mostrado neste domingo pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que lhe acompanhou ao Parlamento, em relação às supostas intenções nucleares do Irã.
"Confiamos que é possível obrigar o governo iraniano a retroceder antes de dar um passo irreversível na fabricação de armas nucleares, mas por enquanto nossas próprias sanções permanecerão", garantiu.
Harper, um dos principais aliados mundiais de Israel, iniciou no domingo uma visita de quatro dias ao Oriente Médio que o levará também à Jordânia e que incluiu um encontro hoje em Ramala com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.