Economia

Câmbio pressionou IPP de junho e julho, avalia IBGE

Em junho, a "inflação de porta de fábrica" ficou em 1,32%, o maior desde maio de 2012


	Navio sendo carregado com grãos de soja no porto de Santos: o segmento de alimentos teve a maior contribuição para a alta
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Navio sendo carregado com grãos de soja no porto de Santos: o segmento de alimentos teve a maior contribuição para a alta (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2013 às 13h41.

Rio de Janeiro - O Índice de Preços ao Produtor (IPP), chamada de "inflação de porta de fábrica", acumula duas fortes altas entre os meses de junho e julho provocadas principalmente pela desvalorização cambial. A análise é do pesquisador Alexandre Brandão, responsável pela pesquisa pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em julho, o índice registrou alta de 1,19%, segundo a pesquisa divulgada na manhã desta quinta-feira, 29. Em junho, o índice ficou em 1,32%, o maior desde maio de 2012 (1,69%). "O IPP sofre muito com a influência do câmbio, pois a maior parte dos produtos é para exportação. Nesses dois meses, a variação do câmbio chegou a mais de 10%, e isso se reflete na alta dos preços", afirmou Brandão.

A pesquisa verifica a evolução dos preços de produtos sem impostos ou fretes em 23 setores da indústria. O segmento de alimentos teve a maior contribuição para a alta (0,5 ponto porcentual), puxada sobretudo por soja, trigo e laranja. "São produtos fortemente influenciados pelo mercado internacional, visto que a maior parte é exportada", explica o pesquisador.

Outros produtos, na área de química e metalurgia, aparecem com grande influência sobre o índice. "A metalurgia, sobretudo o alumínio, vem crescendo muito no ano, embora tenha perdido força nos últimos meses. Essa pressão vem principalmente das matérias primas", avalia.

O refino de petróleo também apresentou elevação de preços. O segmento já contribui com 0,60 ponto porcentual para a alta acumulada de 12 meses, de 4,96%. Um dos principais itens responsáveis pela alta acumulada é o querosene de aviação. "São aumentos sistemáticos que apontam para uma política da Petrobras de repasse da variação cambial", completa o pesquisador.

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