Economia

Caixa tenta salvar banco de investimento

Para convencer que o Caixa BI, possível nome de batismo do novo banco, saia do papel, os executivos da instituição possuem dois argumentos


	Agência da Caixa: um dos argumentos é que a Caixa é o banco responsável por financiar os programas carros-chefe do governo
 (Tânia Rêgo/ABr)

Agência da Caixa: um dos argumentos é que a Caixa é o banco responsável por financiar os programas carros-chefe do governo (Tânia Rêgo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 09h09.

Brasília - A Caixa Econômica Federal vai negociar com seu controlador - o governo federal - para manter o projeto de criação de um banco de investimento vinculado à instituição estatal. A orientação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de interromper os empréstimos para grandes companhias não incluiu a suspensão dessa unidade de investimento. O Estado apurou que a ideia do projeto ainda continua de pé dentro do banco estatal.

Para convencer o ministro a deixar que o Caixa BI, possível nome de batismo do novo banco, saia do papel, os executivos da instituição possuem dois argumentos. O primeiro é que o pedido para obter a licença definitiva para atuação nesse segmento já está sendo analisado pelo Banco Central.

A expectativa era de que essa permissão fosse dada ainda neste ano, mas a Caixa já foi avisada que a análise do processo vai demorar e pode ser que a resposta só venha em 2014. Depois de concedida, a autorização tem validade.

No caso, a Caixa teria até 90 dias para implementar o novo banco. Se não cumprir essa regra, seria necessário recomeçar do zero caso quisessem retomar o plano. Ou seja, não é permitido ao banco deixar a autorização em “banho-maria”.

O segundo argumento é o foco do novo banco. Embora haja a orientação de ter como clientes prioritários famílias e pequenas empresas, a Caixa também é o banco responsável por financiar os programas carros-chefe do governo.


Renda fixa

O Caixa BI poderia trabalhar com enfoque em companhias do setor de infraestrutura, canalizando recursos do mercado de capitais para o financiamento de obras, principalmente por meio de operações de renda fixa. Dos R$ 12 bilhões de demanda por crédito que a Caixa analisa de grandes corporações, cerca de R$ 10 bilhões são para financiamentos de projetos de infraestrutura, área que não foi mencionada por Mantega.

Assim como não foi tratada com o controlador, a criação de uma unidade de investimento também não passou pelo conselho de administração da Caixa. O novo banco, que nasceria com patrimônio líquido de R$ 500 milhões e R$ 360 bilhões em ativos de terceiros, uniria a área de gestão de recursos de terceiros e o braço de mercado de capitais da instituição.

O governo também decidiu que não vai mais capitalizar a Caixa neste e no próximo ano. No entanto, a maioria da equipe dos 300 colaboradores do novo banco estaria treinada para atuar, informou uma fonte próximo às negociações para a criação do Caixa BI.

O projeto para criar um banco de investimento na Caixa remonta a meados de 2008. Ele foi colocado de escanteio por conta da crise financeira internacional e retomado no ano passado.O Banco do Brasil já tem sua unidade de investimento. Outros bancos privados também marcam território com o Itaú BBA, Bradesco BBI, BTG Pactual e Credit Suisse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBancosCaixaEmpresasGoverno DilmaMercado financeiro

Mais de Economia

G20 se compromete a 'cooperar' para taxar grandes fortunas

Olimpíada de 2024 pode movimentar até 11 bilhões de euros, diz estudo

Aneel aciona bandeira verde e conta de luz deixará de ter cobrança extra em agosto

Governo prevê espaço extra de R$ 54,9 bi para gastos em 2025

Mais na Exame