Economia

Caderneta perde poupadores, mas é a 1ª opção de investimento

Em 2006, a parcela de brasileiros que guardavam dinheiro no país atingia 11%, o que mostra que em 2013 houve elevação de 5 pontos percentuais no patamar


	Cofrinho: pesquisa revelou ainda que, entre os usos do dinheiro guardado pelo brasileiro, está crescendo a opção de gastar com a reforma da casa, passando de 6% em 2012 para 11% este ano 
 (Kamil Dratwa/Stock.Xchng)

Cofrinho: pesquisa revelou ainda que, entre os usos do dinheiro guardado pelo brasileiro, está crescendo a opção de gastar com a reforma da casa, passando de 6% em 2012 para 11% este ano  (Kamil Dratwa/Stock.Xchng)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 16h55.

Rio de Janeiro - A caderneta de poupança continua tendo a preferência dos brasileiros como opção de investimento, apesar de ter perdido aplicadores após as mudanças na definição da rentabilidade em 2012 que reduziram sua atratividade. É o que mostra uma pesquisa nacional da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e da Ipsos, empresa de pesquisa e análise de mercado.

A sondagem aponta que, entre os 16% dos brasileiros com dinheiro guardado, 81% aplicam na caderneta. Uma queda em relação ao ano passado, quando o percentual era 88%. “A principal razão é o impacto da inflação, no último ano, no bolso do brasileiro”, explicou. A pesquisa, feita uma vez por ano, ouviu mil entrevistados no período de 17 a 30 julho, em 70 cidades, incluindo nove regiões metropolitanas do país.

Para o economista da Fecomércio-RJ Christian Travassos, o fato positivo é que o panorama vai se alterar. Segundo ele, com o aumento dos juros pelo Banco Central e o retorno às condições anteriores de cálculo, a poupança voltou a atrair a atenção de quem gosta de guardar dinheiro. “A poupança, mesmo com a mudança na rentabilidade, abocanhava 81% de adesão entre os brasileiros. Agora, a tendência é que esse número volte a aumentar nos próximos meses”, destacou.

A segunda opção de quem tem dinheiro disponível é guardar em casa (14%). Em seguida, vieram os fundos de investimento, com 6%, que representam o dobro da apuração anterior, coincidindo com a mudança no cálculo da rentabilidade da caderneta.

Em 2006, no primeiro ano da pesquisa, a parcela de brasileiros que guardavam dinheiro no país atingia 11%, o que mostra que em 2013 houve elevação de 5 pontos percentuais no patamar. No entanto, na comparação com 2012, quando era 19% da população, houve uma queda.


Segundo o economista, esse resultado confirma o impacto da inflação sobre o orçamento do brasileiro no último ano, mas aponta ainda, em compensação, que o fato de guardar dinheiro evitou que o brasileiro tivesse recorrido ao crédito para manter as contas e os financiamentos em dia.

“Três em cada quatro brasileiros poupam para se precaver de alguma mudança no futuro. Entre os que têm dinheiro, a principal razão para poupar não é uma viagem e nem comprar carro.

É para ter um colchãozinho para amortecer eventuais mudanças de emprego, de inflação, alguma coisa inesperada. Isso é fruto da maturidade gradual do consumidor. Os brasileiros aprenderam que o crédito no Brasil é caro e é muito arriscado ficar sob as oscilações da economia”, analisou.

A pesquisa revelou ainda que, entre os usos do dinheiro guardado pelo brasileiro, está crescendo a opção de gastar com a reforma da casa, passando de 6% em 2012 para 11% este ano. “Uma questão importante é a continuidade de incentivos para a compra de material de construção com programas do governo. Material de construção é o segmento que há mais tempo se beneficia da redução de IPI”, disse.

Desde o lançamento da pesquisa, aumentou também a intenção de gastar com lazer. Em 2006, o percentual de brasileiros que guardam dinheiro para essa finalidade era 1%. Na última avaliação, alcançou 6%. “Não é um comportamento geral. É o comportamento específico de uma parcela da população que hoje ganha mais e pode viajar para o exterior”, esclareceu.

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