Economia

Brics reforçam compromisso com livre-comércio e Acordo de Paris

Após o encontro, as grandes economias emergentes reiteram o apoio a uma globalização econômica mais equilibrada e rejeitaram o protecionismo

Brics: os países também renovaram o compromisso com a promoção do comércio global (Wang Zhao/Pool/Reuters)

Brics: os países também renovaram o compromisso com a promoção do comércio global (Wang Zhao/Pool/Reuters)

E

EFE

Publicado em 19 de junho de 2017 às 09h41.

Pequim - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul reforçaram nesta segunda-feira o compromisso com o livre-comércio e o Acordo de Paris após as lacunas deixadas pelos Estados Unidos após a chegada à presidência de Donald Trump.

Os titulares de Assuntos Exteriores dos países que conformam o bloco dos Brics advogaram hoje em Pequim por um mundo no qual reine o livre-comércio, no qual os governos lutam contra a mudança climática e as múltiplas ameaças terroristas com base no multilateralismo, em uma linha contrária a Washington.

Os ministros - ou vice-ministro no caso da Índia, pois a titular desta pasta não pôde comparecer por motivos de saúde - se reuniram hoje na residência de líderes estrangeiros de Diaoyutai e acordaram aumentar a união perante os desafios globais, e preparar a Cúpula de líderes de setembro em Xiamen (este).

No comunicado oficial publicado após o encontro, as grandes economias emergentes reiteram o apoio a uma globalização econômica mais equilibrada, rejeitaram o protecionismo e renovaram o compromisso com a promoção do comércio global.

Além disso, pediram a todos os países que cumpram com o Acordo de Paris, do qual os Estados Unidos se retiraram recentemente, e aos países desenvolvidos que "proporcionem" o financiamento necessário, a tecnologia e o apoio estipulado a nações em desenvolvimento.

Condenaram, além disso, qualquer ato terrorista e defenderam o diálogo como solução a conflitos internacionais como a crise síria e coreana, onde Washington interveio unilateralmente ou ameaçou fazer.

Ao comentarem as ações americanas, os ministros manifestaram a rejeição às intervenções militares ou sanções econômicas unilaterais, "em violação da lei internacional ou das normas de relações internacionais reconhecidas universalmente".

Também insistiram em reformar a ONU, um organismo "central" para o bloco em todos os âmbitos, para poder outorgar assim um maior apoio ao Brasil, Índia e África do Sul.

O ministro chinês de Assuntos Exteriores, Wang Yi, reivindicou ao início da reunião a crescente importância do bloco no mundo, pois sua influência - afirmou - cresceu em organismos internacionais, desde o Banco Mundial à ONU e o G20.

"Uma maior cooperação entre estes países (BRICS) é crucial para o aumento da estabilidade internacional e o desenvolvimento da democracia ao redor do mundo", defendeu um porta-voz de Exteriores do país asiático, Geng Shuang, em uma coletiva de imprensa posterior.

Geng assegurou que os Brics têm uma "forte vontade política" nesse sentido e encorajou a analisar o progresso feito nos últimos cinco anos.

Acompanhe tudo sobre:acordo-de-parisBricsComércio exteriorCrescimento econômicoPaíses emergentesProtecionismo

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor