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Brasil fecha 2016 com recorde de 12,3 milhões de desempregados

Taxa de desemprego informada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu para 12 por cento

Desemprego: forte retração econômica vivida pelo país em 2016 é o principal fator por trás da fraqueza do mercado de trabalho (Jorge Rosenberg/Reuters)
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Reuters

Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 09h10.

Última atualização em 31 de janeiro de 2017 às 11h27.

São Paulo / Rio de Janeiro - O Brasil encerrou 2016 com recorde de mais de 12 milhões de pessoas sem trabalho e taxa de desemprego a 12 por cento, num claro reflexo da crise econômica enfrentada pelo país.

Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta terça-feira, houve alta de 36 por cento no número de desempregados nos três meses até dezembro em relação ao mesmo período de 2015, chegando ao total de 12,342 milhões de pessoas. Nos três meses até novembro eram 12,132 milhões de trabalhadores sem emprego.

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"De 2014 para 2016, a desocupação cresceu 74,4 por cento. Esse é o efeito direto da crise que começou a afetar o mercado de trabalho", explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.

A taxa de desemprego informada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu para 12 por cento, marcando a nova a máxima da série histórica iniciada em 2012, ante 11,9 por cento no trimestre até novembro.

Isso aconteceu porque o número de pessoas que entraram na força de trabalho --aquelas que estão à disposição para trabalhar-- não foi absorvido pelo mercado de trabalho, apesar das tradicionais contratações de fim ano.

O número de pessoas na força de trabalho aumentou 1,3 por cento em relação ao ano anterior, ou 1,286 milhão de pessoas no trimestre encerrado em dezembro.

"Houve um movimento de busca por trabalho que acontece normalmente no fim do ano. Mas diante do ambiente econômico, não foram absorvidas todas as pessoas que estavam na fila do desemprego há algum tempo, nem aquelas que pensavam em um oportunidade sazonal", completou Azeredo.

No quarto trimestre, a população ocupada permaneceu em queda, com recuo de 2,1 por cento no período sobre 2015, ou 1,983 milhão de pessoas a menos.

A renda média do trabalhador, ainda segundo a Pnad Contínua, apresentou ganho de 0,5 por cento sobre o mesmo período do ano anterior, a 2.043 reais.

A forte retração econômica vivida pelo país em 2016 é o principal fator por trás da fraqueza do mercado de trabalho, que fica ainda mais clara quando se compara à leitura de 9,0 por cento da taxa de desemprego no quarto trimestre de 2015.

A estimativa na pesquisa da Reuters era de taxa de desemprego de 11,9 por cento nos três meses até dezembro, na mediana das projeções.

Em 2016, o Brasil perdeu 1,32 milhão de postos formais de trabalho e registrou o segundo pior resultado da série histórica iniciada em 1992, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. Somente em dezembro houve fechamento de 462.366 vagas.

Apesar de a inflação vir perdendo força diante da economia fraca e do desemprego, especialistas ainda não veem recuperação sustentada, com a pesquisa Focus do Banco Central mostrando expectativa de expansão de apenas 0,5 por cento do Produto Interno Bruto este ano.

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