BRAZIL - 2020/07/28: In this photo illustration the app Carteira de Trabalho Digital seen displayed on a smartphone. (Photo Illustration by Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images) (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 18h22.
Última atualização em 30 de janeiro de 2024 às 18h40.
O saldo de empregos criados no Brasil em 2023 se concentrou em ocupações que pagavam até dois salários mínimos (R$ 2,64 mil), consideradas menos produtivas por economistas ouvidos pela EXAME. Nas demais faixas de renda, o saldo do ano foi negativo — isto é, foram fechados mais postos de trabalho do que abertos. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira, 30.
Como mostrou a EXAME, o Brasil criou, entre admissões e demissões, 1.483.598 postos de trabalho com carteira assinada em 2023, queda de 26,31% em comparação com 2022 — naquele ano, foram criados 2.013.261 entre janeiro e dezembro. Segundo o Caged, foram 23.257.812 admissões e 21.774.214 desligamentos ao longo do ano passado.
"O sinal óbvio é que o Brasil gerou empregos de baixa qualidade, com baixa produtividade. Isso tem relação com os empregos gerados no setor de serviços, que tem produtividade menor", afirma o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo.
Outro dado que corrobora a avaliação, diz Camargo, tem a ver com a faixa etária. Do saldo de empregos criados no Brasil, 92% deles foram ocupados por jovens de até 21 anos. Os outros 8% no grupo com idade entre 25 e 29 anos.
Isso acontece porque, no saldo do ano, houve retração de 73.631 carteiras assinadas no grupo de trabalhadores com 30 anos ou mais.