Brasil sai dos "5 frágeis" do JP Morgan: é o fim dos BIITS
México e Colômbia entram no lugar de Brasil e Índia na lista do JP Morgan com países que dependem demais de financiamento externo no curto prazo
João Pedro Caleiro
Publicado em 14 de agosto de 2015 às 13h06.
São Paulo - O Brasil foi retirado da lista de "5 frágeis" criada pelo JPMorgan Asset Management para agrupar países emergentes que dependem demais de investimento externo para se financiar no curto prazo.
México e Colômbia foram colocados no lugar de Brasil e Índia , segundo a análise publicada no Financial Times. Indonésia, África do Sul e Turquia (a mais vulnerável) completam o quinteto.
É o fim dos BIITS, termo popularizado pela Bloomberg no final de 2013. O conceito dos "frágeis" surgiu no final de 2013, quando o Federal Reserve americano sinalizou o fim do programa de estimulo monetário com perspectiva de alta de juros (que ainda não veio).
O enxugamento da liquidez internacional tornou os emergentes menos atraentes em comparação, o que gerou uma fuga de capitais, especialmente daqueles países com altos déficits em conta corrente.
Só que algumas coisas mudaram desde então. No caso do Brasil, a mudança no patamar do câmbio segurou as importações e ajudou a melhorar o balanço externo. O déficit em conta corrente do país caiu 23% no 1º semestre de 2015 em relação ao mesmo período de 2014.
A Índia saiu da lista graças a uma melhor balanço de pagamentos e a perspectiva de reformas estruturais despertada com a eleição de Narendra Modi.
A mesma queda do preço do petróleo que ajudou a importadora Índia prejudicou a exportadora Colômbia. Seu déficit em conta corrente de 5,8% precisa ser financiado com entrada de capital e o peso caiu 36% em relação ao dólar nos últimos 12 meses.
Já o problema do México é a falta de margem de manobra, já que não tem como cortar um juro já próximo de zero para estimular sua economia.
Além disso, sua taxa de cobertura de curto prazo, a relação entre reservas estrangeiras e sua necessidade de financiamento, é de apenas 1,6 vezes. Na Rússia, outro país em dificuldades, esta relação é de 7 vezes.
São Paulo - O Brasil foi retirado da lista de "5 frágeis" criada pelo JPMorgan Asset Management para agrupar países emergentes que dependem demais de investimento externo para se financiar no curto prazo.
México e Colômbia foram colocados no lugar de Brasil e Índia , segundo a análise publicada no Financial Times. Indonésia, África do Sul e Turquia (a mais vulnerável) completam o quinteto.
É o fim dos BIITS, termo popularizado pela Bloomberg no final de 2013. O conceito dos "frágeis" surgiu no final de 2013, quando o Federal Reserve americano sinalizou o fim do programa de estimulo monetário com perspectiva de alta de juros (que ainda não veio).
O enxugamento da liquidez internacional tornou os emergentes menos atraentes em comparação, o que gerou uma fuga de capitais, especialmente daqueles países com altos déficits em conta corrente.
Só que algumas coisas mudaram desde então. No caso do Brasil, a mudança no patamar do câmbio segurou as importações e ajudou a melhorar o balanço externo. O déficit em conta corrente do país caiu 23% no 1º semestre de 2015 em relação ao mesmo período de 2014.
A Índia saiu da lista graças a uma melhor balanço de pagamentos e a perspectiva de reformas estruturais despertada com a eleição de Narendra Modi.
A mesma queda do preço do petróleo que ajudou a importadora Índia prejudicou a exportadora Colômbia. Seu déficit em conta corrente de 5,8% precisa ser financiado com entrada de capital e o peso caiu 36% em relação ao dólar nos últimos 12 meses.
Já o problema do México é a falta de margem de manobra, já que não tem como cortar um juro já próximo de zero para estimular sua economia.
Além disso, sua taxa de cobertura de curto prazo, a relação entre reservas estrangeiras e sua necessidade de financiamento, é de apenas 1,6 vezes. Na Rússia, outro país em dificuldades, esta relação é de 7 vezes.