Economia

Brasil regride de 4º para 7º lugar no ranking de carros

A queda, em termos porcentuais, foi de 27%, o segundo pior desempenho do mundo, melhor apenas que o dos russos, sob embargo comercial


	Mercado de veículos: a queda foi de 27%, o segundo pior desempenho do mundo, melhor apenas que o dos russos, sob embargo comercial
 (Design Pics/Thinkstock)

Mercado de veículos: a queda foi de 27%, o segundo pior desempenho do mundo, melhor apenas que o dos russos, sob embargo comercial (Design Pics/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2016 às 11h05.

Genebra - As vendas de veículos no Brasil regrediram em quase uma década e o mercado nacional caiu três posições no ranking internacional dos maiores do mundo.

Dados apresentados nesta quarta-feira, 2, pelas montadoras indicaram que o Brasil passou do quarto maior mercado do mundo de veículos em 2014 para o sétimo. A queda, em termos porcentuais, foi de 27%, o segundo pior desempenho do mundo, melhor apenas que o dos russos, sob embargo comercial.

Os dados foram apresentados durante o Salão do Automóvel em Genebra, um dos mais importantes do mundo. "Depois de registrar anos de crescimento, vimos em 2015 uma confirmação de algo que já havia começado em 2014, que era a queda de vendas", disse Yves van der Straaten, secretário-geral da Organização Internacional de Construtores de Automóveis (Oica). "O que nos assusta, porém, é que a crise se acentuou em 2015."

"Lamentavelmente, o Brasil deixou de ser o quarto maior mercado de carros do mundo para ocupar apenas a 7.ª colocação", indicou. Em 2014, a queda foi de 15%, com outros 27% em 2015. "Houve um colapso", disse o executivo.

Em 2012, no auge das vendas, 3,8 milhões de carros foram registrados no Brasil. Em 2015, o número foi de 2,5 milhões, o equivalente ao que existia em 2007. Naquele ano, 2,46 milhões de carros foram produzidos. Com o desempenho, o Brasil foi superado pelo Reino Unido, Índia e Alemanha.

A situação brasileira acabou afetando toda a região da América do Sul, que voltou a ter patamares de venda de onze anos atrás, com uma queda anual de 19,8%, e de 20,7% na produção. "Estamos de volta a 2005", disse Straaten.

O caso argentino, porém, é menos dramático que o do Brasil. Em 2015, a redução de vendas foi de apenas 1%. Mas, em 2014, a queda havia sido de 36%. "Acreditamos que a situação argentina vai melhorar com a volta do país ao mercado financeiro", disse.

China

Se a situação brasileira preocupa as multinacionais, o cenário é ainda de certa estabilidade na China. Em 2015, mesmo com a desaceleração do crescimento, as vendas de carros tiveram uma alta de 5%, com a uma elevação de 3% na produção. "A China continua sendo o maior mercado global", disse.

Mesmo nos Estados Unidos, as taxas de crescimento levaram o setor a superar as vendas que existiam antes da quebra do banco Lehman Brothers, em 2008. A América do Norte registrou um crescimento nas vendas de 6,2% em 2015. "Estamos bem acima da taxa registrada antes da crise", explicou o secretário-geral. No total, a região já vende 1,6 milhão de carros a mais que em 2005. Já a produção aumentou em 3%.

Apesar do bom momento, a América do Norte perdeu espaço para a China, onde está hoje 27% da produção mundial de carros. Em 2005, a taxa era de apenas 9%. EUA, México e Canadá representam 20% da produção mundial. Hoje, Japão e Coreia representam 15%, e a Europa responde por 20%.

Segundo as montadoras, existem hoje 1,2 bilhão de carros nas ruas do mundo, um aumento de 4% em comparação a 2014. Para 2016, as previsão é de um crescimento de 2%.

Hoje, existem em média 180 carros para cada mil pessoas no mundo. No Brasil, a taxa é de 207, contra 808 nos EUA. Na China, apesar de liderar a produção mundial, a taxa é ainda de 108 carros a cada mil pessoas. Na Índia, é de apenas 22 carros por mil habitantes. 

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