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"Brasil precisa superar incompetência para reformas", diz Rabello

O presidente do BNDES julga que as reformas propostas pelo governo são necessárias ao equilíbrio das contas públicas e à retomada do crescimento econômico

Paulo Rabello de Castro: "O Brasil é melhor do que as nossas neuroses coletivas" (Pilar Olivares/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 13h49.

Rio - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ), Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta quarta-feira, 9, que o Brasil precisa superar sua "incompetência" para realizar as reformas consideradas necessárias ao equilíbrio das contas públicas e à retomada do crescimento da economia.

Ele discursou no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Rio.

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"Tempo esgotado para a nossa incompetência para fazer as reformas tributária e da Previdência, mal uma reforma trabalhista e, principalmente, tempo esgotado para a nossa incapacidade de fazer o custo do sistema da máquina pública caber no PIB dos brasileiros. Precisamos assumir o que não fazemos certo e partir para o conserto. Espero que o Brasil sobre para nós. O Brasil é melhor do que as nossas neuroses coletivas. O Brasil precisa levantar-se".

Ele fez uma exortação à união de esforços para o crescimento do país. "Precisamos enfrentar os resultados dessa recessão, que já passou, não tenha dúvida. Mas (o Brasil) sai (da crise) para o quê, se não é para abrir mercados?", disse, ao falar de investimentos com vistas ao aumento das exportações.

Rabello de Castro também criticou a possibilidade de aumento do Imposto de Renda - já descartada oficialmente, na terça-feira, pelo presidente Michel Temer (PMDB).

E mencionou críticas à idoneidade das decisões do BNDES na liberação de desembolsos para grandes empresas.

"O Banco tem 65 anos e não vai se aposentar. Não vai abaixar a cabeça diante de espúrias acusações".

Dealer

O presidente do BNDES disse que a escolha como dealer de operações compromissadas do Banco Central dá proeminência à instituição de fomento.

"Em primeiro lugar, nem todos têm essa condição de dealer. Isso dá proeminência. Em segundo lugar, isso nos dá a possibilidade de ganhar algum spread e também musculatura em operações que não são só de colocação de papéis do governo, mas também, eventualmente, em colocação de papéis do próprio BNDES", afirmou Rabello, ao deixar a abertura do Enaex 2017.

O presidente do BNDES também refutou a possibilidade de a escolha do banco de fomento como dealer de operações compromissadas do Banco Central ter a ver com a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituirá a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).

"O BNDES está à vontade com esse assunto da TLP, como, aliás, foi objeto do meu posicionamento lá, assinando documento", afirmou Rabello.

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