Economia

Brasil precisa de décadas de juros baixos, diz presidente da MRV

Para Eduardo Fischer, presidente da construtora, fomentar o crédito barato é a única maneira de acabar com o déficit habitacional no país

Eduardo Fischer, presidente da MRV: construção é a única indústria em que a oferta é maior do que a demanda (Germano Lüders/Exame)

Eduardo Fischer, presidente da MRV: construção é a única indústria em que a oferta é maior do que a demanda (Germano Lüders/Exame)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 17 de março de 2020 às 12h23.

Última atualização em 17 de março de 2020 às 17h36.

O Brasil precisa manter os juros baixos por um bom tempo para acabar com déficit habitacional. Essa é a visão de Eduardo Fischer, copresidente da construtora MRV (ele divide o comando da empresa com o primo Rafael Menin). “Precisamos de décadas de juros civilizados para equilibrar a demanda e a oferta no nosso setor”, diz o executivo.

De acordo com dados da FGV, o déficit habitacional brasileiro é de 8 milhões de residências. “No Brasil, a indústria da construção talvez seja a única em que a demanda é maior do que a oferta”, afirma Fischer. “Mais de 1 milhão de famílias são formadas por ano e as pessoas precisam ter onde morar”.

Ter crédito barato disponível é a única maneira de equalizar essa conta, diz ele. E, no atual momento de crise dos mercados, é fundamental que a Selic, a taxa básica de juro, se mantenha nesse patamar baixo. “Os bancos precisam enxergar que o cenário é sustentável”, afirma.

Atualmente, a Selic está em 4,25% e a expectativa é de que ela seja reduzida para 4% na próxima reunião do Copom, na quarta-feira 18.

O pânico gerado pela pandemia de coronavírus, que derrubou as bolsas em todo o mundo, não deve ser motivo para pessimismo. “Nós passamos por isso antes, em 2008, por exemplo. O motivo era outro, mas a consequência foi a mesma”, afirma Fischer. “Essa é uma crise de saúde e precisamos ter cuidado. Mas, se tomarmos como base o que aconteceu na China, onde tivemos uma queda abrupta e, ao que tudo indica, teremos uma retomada, ficaremos bem.”

Acompanhe tudo sobre:Créditofinanciamento-de-imoveisMRV

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor