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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h31.
Depois de um jejum de 27 anos sem exportar arroz em casca, uma carga de 25 mil toneladas pode marcar o retorno do Brasil ao mercado. Técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avaliam que o fornecimento do produto por agricultores gaúchos pode ser o início de um "período promissor" para o arroz brasileiro em outros países.
Paulo Morceli, analista do mercado de arroz da Conab, afirma em comunicado do Ministério da Agricultura que a produção mundial neste ano é de 569 milhões de toneladas, insuficiente para o consumo global, de 607 milhões de toneladas. O déficit de 38,5 milhões será suprido com estoques que somam 122 milhões de toneladas. A questão é que, segundo Morcelli, estes estoques vêm caindo (estima-se que cairão para 104,2 milhões ano que vem), enquanto cresce a demanda, o que "deve beneficiar o produtor brasileiro".
O Brasil tem uma safra de 12,7 milhões de toneladas em 2004 para atender o consumo interno de 12,6 milhões de toneladas. Os produtores do Rio Grande do Sul - maior pólo do país nesta cultura - planejam exportar todo excedente de 100 mil toneladas.
Além disso, a produção brasileira de arroz está crescendo, o que elevará o excedente exportável. O avanço se dá tanto pela expansão da área plantada quanto pelo aumento da produtividade.
Cautela
A venda da carga de 25 mil toneladas está sendo negociada pela Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), que prevê o embarque em agosto. Por enquanto, a Federarroz não revela o destino do carregamento. As Américas do Sul e Central, o Leste Europeu, a África e o Oriente Médio estão entre os mercados alvo dos arrozeiros gaúchos.