Economia

Brasil negocia venda de submarinos de US$ 40 milhões com a Argentina

A negociação de quatro navios usados há 30 anos pela Marinha é citada no acordo bilateral assinado durante a visita de Bolsonaro à Argentina

Argentina: Bolsonaro se reuniu com Macri em Buenos Aires nesta semana (Amilcar Orfali/Getty Images)

Argentina: Bolsonaro se reuniu com Macri em Buenos Aires nesta semana (Amilcar Orfali/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de junho de 2019 às 11h13.

O Brasil estuda a entrega para a Argentina de até quatro submarinos alemães IKL-209, usados e operados pela Marinha há 30 anos. Todos precisam de reparos e modernização. A operação é citada no acordo bilateral da área de Defesa, assinado em Buenos Aires, durante a visita do presidente Jair Bolsonaro, pelos ministros Oscar Aguad e Fernando Azevedo e Silva.

Um gesto histórico, que pretende, nos termos do documento, incluir "o estudo da possibilidade de transferência de submarinos IKL da Marinha do Brasil para a Marinha Argentina". No mesmo tópico são citados "a reparação, manutenção e construção" de versões convencionais, de propulsão diesel-elétrica, do mesmo tipo de navios.

Oficiais ouvidos ontem pelo Estado consideram a necessidade de conclusão da análise do negócio iniciada ainda em 2018. Os militares defendem a definição de um valor unitário para os submarinos, na faixa média entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões, e o estabelecimento de protocolos de compensação.

Há ainda uma questão a ser resolvida pelo Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty: a reação do Reino Unido, considerada a crise não solucionada envolvendo a soberania do arquipélago das Malvinas, causa de uma guerra de 65 dias, em 1982 que deixou 907 mortos.

Os quatro submarinos Tupy deslocam 1.440 toneladas e medem 61 metros. Levam 36 tripulantes. São armados com torpedos de 533 milímetros e têm autonomia de 15 mil quilômetros. O modelo é da empresa alemã HDW. Engenheiros navais brasileiros usaram o projeto para construir o Tikuna, uma versão maior, com capacidade estendida, em uso desde 2006. Essa unidade não entra na negociação bilateral.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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