Economia

Brasil não fará contribuições diretas ao Fundo europeu

Presidente Dilma defendeu o aumento do repasse do país para o FMI como forma de enfrentar a crise

Dilma também manifestou a disposição de seu governo aumentar a contribuição ao FMI (Sebastien Nogier/AFP)

Dilma também manifestou a disposição de seu governo aumentar a contribuição ao FMI (Sebastien Nogier/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2011 às 15h41.

Cannes - O Brasil não contribuirá para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), assegurou nesta sexta-feira a presidente Dilma Rousseff, que em troca manifestou a disposição do governo brasileiro em aumentar a contribuição para o Fundo Monetário Internacional (FMI) para que enfrente a crise financeira.

"Não tenho a menor intenção de fazer contribuições diretas", afirmou Dilma à imprensa ao fim da cúpula do G20 em Cannes, realizada em Cannes (sul da França).

"Por que eu teria que fazer isso se nem eles (os europeus) têm a intenção de fazê-lo?", disse a presidente ao ser perguntada sobre a possibilidade de o Brasil contribuir para o fundo de resgate europeu.

Os países da Eurozona decidiram no dia 27 de outubro em Bruxelas aumentar a capacidade de ação do FEEF para até um trilhão de euros para socorrer países afetados pelo contágio da crise da dívida originada na Grécia e que colocariam em perigo toda a Eurozona.

Este é o caso da Itália, terceira maior economia da Eurozona, que está sendo alvo dos mercados e que nesta sexta-feira solicitou ajuda ao FMI e à Comissão Europeia para que supervisionem o cumprimento das medidas que foram adotadas para reduzir seus desequilíbrios fiscais e sua colossal dívida de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB).

Dilma reiterou, no entanto, o compromisso do Brasil em aumentar a contribuição ao FMI, já que esta instituição oferece "garantias" para o dinheiro que sai das reservas e do "suor do povo brasileiro", disse de forma taxativa.

Segundo a presidente, o Brasil está disposto a realizar uma contribuição ao FMI mediante "ações bilaterais" para aumentar sua capacidade de empréstimo anual, que atualmente é de 396 bilhões de dólares.

Contudo, durante a reunião do G20, que esteve praticamente monopolizada pela crise da dívida na Europa, não foi discutido o processo desse aumento, que ficou nas mãos dos ministros da Fazenda do fórum, que se reunirão no início de dezembro.

Para a presidente brasileira, "uma ampliação do FMI em um momento de crise é muito importante para reduzir riscos sistêmicos".

Esta é a mesma posição dos países do grupo Brics, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, segundo a presidente, que assegurou que a China "disse que preferia contribuir através do FMI e, não diretamente".

"Os europeus", disse Rousseff, "necessitam de mais tempo para concretizar suas próprias medidas".

* Matéria atualizada às 16h42

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrises em empresasDados de BrasilEuropaFMIG20União Europeia

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor