Economia

Brasil está bem melhor que Argentina, diz economista da Coface

Segundo Patricia Krause, equanto "o déficit externo da Argentina é muito elevado, com 5% do PIB", o do Brasil é de 0,4%

Argentina: para economista, banco central do país "errou um pouco na mão" na maneira como reagiu à alta do dólar (Clive Rose/Getty Images)

Argentina: para economista, banco central do país "errou um pouco na mão" na maneira como reagiu à alta do dólar (Clive Rose/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2018 às 17h03.

Última atualização em 10 de maio de 2018 às 17h04.

São Paulo - A economista-chefe para América Latina da seguradora de crédito francesa Coface, Patricia Krause, afirmou nesta quinta-feira, 10, que a economia brasileira está numa situação "bem melhor" que a da Argentina.

"O único ponto em comum entre os dois países que há é o déficit fiscal", afirmou Patricia, durante palestra no qual apresentou panorama para a América Latina, no Country Risk, evento da Coface em São Paulo.

Segundo ela, uma das principais vantagens do Brasil em relação à Argentina é o setor externo. "O déficit externo da Argentina é muito elevado, com 5% do PIB, enquanto o do Brasil é de 0,4%. As reservas do Brasil são muito altas, enquanto a Argentina depende de recursos externos para se financiar", disse.

Na avaliação de Patrícia, o banco central argentino "errou um pouco na mão" na maneira como reagiu à alta do dólar em relação ao peso. "O cenário é de descontrole. Essa tendência de valorização do dólar continua, independentemente do que a Argentina possa fazer", declarou.

Apesar de considerar que o pedido de ajuda do país ao Fundo Monetário Internacional (FMI) foi uma decisão assertiva, a economista da Coface acredita que isso será ruim para a credibilidade do governo do presidente Mauricio Macri.

"Temos a lembrança do passado, de que, quando se buscava o FMI, havia um plano de forte ajuste fiscal, que levava o país à recessão. Isso não vai acontecer, mas leva à perda de credibilidade", disse.

A previsão da Coface para a economia latino-americana é de crescimento de 3,2%. Segundo Patricia, a expansão será puxada por Brasil e Chile. A alta do PIB brasileiro foi revisada de 2,8% para 2,5%.

"A revisão se deu em função, principalmente, de dados de atividade aquém do esperado no primeiro trimestre", explicou a economista.

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