Economia

Brasil é nono país mais desigual do mundo, diz IBGE

Distribuição de renda continua concentrada e aumentou frente a 2015, quando o indicador de desigualdade chegou ao menor patamar

Desigualdade: Brasil está pior inclusive que Botsuana (Handout/Getty Images)

Desigualdade: Brasil está pior inclusive que Botsuana (Handout/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 15h17.

Última atualização em 12 de novembro de 2020 às 16h03.

A desigualdade brasileira continua a ocupar os primeiros lugares no ranking mundial. O IBGE mostrou nesta quinta-feira que o país é o novo mais desigual do mundo, usando dados do Banco Mundial. O Brasil está pior inclusive que Botsuana. O mais desigual é a África do Sul e a Bélgica é o mais igualitário.

    O Índice de Gini, que mede a concentração de rendimentos e quanto mais perto de um, pior a distribuição, ficou em 0,543 em 2019, pelos dados da Síntese dos Indicadores, uma leve queda em relação a 2018, mas perdemos terreno. Em 2012, esse mesmo índice era de 0,540. Chegamos a 0,523 em 2015, mas a recessão entre 2015 e 2016 e a recuperação seguinte mais forte para a camada mais rica da população pioraram a distribuição de renda no Brasil.

    Outra maneira de se olhar a desigualdade é quanto cada faixa de renda se apropria dos recursos totais. “Em uma primeira vista nos dados, chama atenção, mais uma vez, a pouca variação da estrutura da desigualdade brasileira refletida pela distribuição muito desigual dos rendimentos entre as pessoas ao longo dos anos”, diz o texto da pesquisa.

    Segundo a Síntese, os 10% mais pobres, “embora mantendo uma parcela em torno de 1% do total, perderam 17,5% de participação” de 2012 a 2019”. Entre os mais ricos, não houve alteração. Os 10% que têm mais renda continuam se apropriando da mesma parcela de recursos: em 2012, concentravam 43% da renda. Em 2019, 43,1%. No Sudeste e no Nordeste, houve até aumento dessa participação nesses anos.

    Acompanhe tudo sobre:Desigualdade socialeconomia-brasileiraIBGEPobreza

    Mais de Economia

    Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

    Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

    Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

    Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor