Michel Temer e Sebastián Piñera: governantes afirmaram que o acordo reforçará a integração regional, dado que o Chile integra a Aliança do Pacífico e o Brasil lidera o Mercosul (Sebastián Oñate/Getty Images)
Reuters
Publicado em 21 de novembro de 2018 às 16h19.
Última atualização em 21 de novembro de 2018 às 16h21.
Santiago - Brasil e Chile assinaram nesta quarta-feira, 21, um acordo de livre comércio voltado para dar um maior impulso aos investimentos e à troca de produtos entre os dois países, além de servir como aproximação entre os blocos Mercosul e Aliança do Pacífico.
O presidente Michel Temer viajou a Santiago para firmar ao lado do presidente chileno, Sebastián Piñera, o documento que inclui 17 pontos não tarifados, como comércio de serviços, eletrônicos e medidas sanitárias e fitossanitárias, entre outros.
Os dois governantes afirmaram que o acordo reforçará a integração regional, uma vez que o Chile é um dos membros da Aliança do Pacífico - bloco formado também por México, Colômbia e Peru - e o Brasil lidera junto com a Argentina o Mercosul.
"Quero ressaltar o agradecimento de termos feito uma aliança entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, resultado de diálogo", disse Temer em discurso ao lado de Piñera. "Em menos de seis meses, fomos capazes de formatar e formalizar esse acordo. Isso é fruto de uma convergência natural que existe entre os nossos governos".
Entre janeiro e setembro deste ano, o intercâmbio comercial entre Brasil e Chile foi de 7,2 bilhões de dólares, uma alta anual de 13 por cento. O Brasil é o maior sócio comercial do Chile na América Latina e o maior destino do investimento direto chileno no exterior, com um saldo acumulado de 35,2 bilhões de dólares (1990-2017), o que equivale a 29,5 por cento do total dos investimentos diretos chilenos no mundo.
O acordo de livre comércio será um complemento ao Acordo de Complementação Econômica 35, que regula o comércio entre o Chile e os países do Mercosul em temas tarifários e que atualmente tem tarifa zero para toda a lista de produtos.
Essa é a primeira vez que o Brasil assume, em um acordo bilateral, compromissos em termos de comércio eletrônico, boas práticas regulatórias, transparência e anticorrupção, entre outros.