Brasil e Argentina freiam crescimento na América Latina
O organismo internacional destacou os ''ventos contrários'' procedentes das tensões na Europa que provocaram um descenso nos preços das matérias-primas
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2012 às 20h28.
Washington - O Banco Mundial (BM) rebaixou em um décimo suas previsões de crescimento da América Latina em 2012 para 3,5% e para 4,1% em 2013 e ressaltou o arrefecimento na economia do Brasil e a forte freada no desenvolvimento da Argentina.
O organismo internacional destacou os ''ventos contrários'' procedentes das tensões na Europa que provocaram um descenso nos preços das matérias-primas e nos fluxos de capital na região.
''A mensagem principal (do relatório) é que houve desde janeiro de 2012 um ajuste em baixa nas previsões globais e a principal razão tem a ver com os acontecimentos na Europa, que começaram a transmitir-se com efeitos adversos ao crescimento dos países emergentes'', afirmou à Agência Efe o economista-chefe para a América Latina do BM, Augusto de la Torre.
Em seu relatório de janeiro sobre as ''Perspectivas Econômicas Mundiais'', as previsões para a região latino-americana eram de 3,6% para este ano e de 4,2% para 2013.
Uma das principais causas é a revisão na queda das perspectivas de crescimento para o Brasil, principal economia regional, que deve terminar 2012 em 2,9%, meio ponto abaixo das previsões de janeiro, que o localizavam em 3,4%.
O BM destaca o contexto de fraqueza externa como uma das razões da desaceleração do Brasil, mas considera que o país retomará um maior ritmo de crescimento, de 4,2%, em 2013 como consequência do forte investimento previsto para a Copa do Mundo de 2014 e da expansão das políticas monetárias.
Por sua parte, o organismo multilateral prevê uma aguda desaceleração na Argentina em 2012 até 2,2%, notavelmente abaixo do 3,7% previsto em janeiro e muito inferior ao 8,9% registrado em 2011.
De acordo com o relatório, a Argentina sofrerá esta freada devido a uma menor demanda interna e à fraqueza de seus parceiros comerciais, especialmente o Brasil.
''A percepção dos consumidores e dos negócios continuará em deterioração na Argentina (...) e a decisão de nacionalizar as ações de um dos principais produtores de petróleo podem afetar negativamente a confiança dos investidores e debilitar os investimentos'', afirma o BM fazendo referência à desapropriação da espanhola Repsol da petrolífera YPF.
Segundo De La Torre, o ajuste de previsões para a Argentina se deve principalmente a fatores externos, como a queda do preço da soja e a menor demand global, além de outros específicos, como os controles nas importações e controles cambiais e seus efeitos na atividade doméstica.
Por sua parte, prevê que outra das grandes economias latino-americanas, o México, registrará uma ligeira subida da atividade econômica até 3,5% para 2012, acima do 3,2% previsto em janeiro, e de 4% para 2013, pelas mãos da recuperação gradual da economia de seu vizinho Estados Unidos.
Esta melhora do comportamento econômico seria uma resposta ao forte aumento em investimento realizado em 2011 e ao aumento do gasto público por ocasião das próximas eleições mexicanas.
Apesar da superficial queda dos preços da energia prevista durante o ano, os principais exportadores de petróleo e gás da região, como Equador, Bolívia e Venezuela, manterão um bom ritmo de crescimento.
O BM calcula um crescimento de 3% para o final de 2012 para o Equador, contra 3,3% estimado em março; enquanto eleva suas previsões na Bolívia de 4,1% para 4,3%, e na Venezuela de 3,8% para 4,6%.
Para a América Central as perspectivas também são um pouco mais positivas, devido à sua forte vinculação com EUA, com um crescimento próximo de 3,6% graças ao empurrão de Haiti, Costa Rica e Guatemala.
Por sua parte, Colômbia e Chile, duas economias com um comportamento robusto nos anos anteriores, também registrarão uma leve desaceleração contra o 5,9% que ambas registraram em 2011.
Para 2012 espera-se para a Colômbia e Chile um crescimento de 4,7% e 4,2%, respectivamente.
O Banco Mundial adverte para a especial ''vulnerabilidade'' dos países que contam com menores amortecedores macroeconômicos perante um cenário adverso e solicita políticas monetárias neutras.
Além disso, ressalta as ''importantes consequências'' de um arrefecimento mais agudo na China, dado seu crescente papel como destino das exportações regionais.
Washington - O Banco Mundial (BM) rebaixou em um décimo suas previsões de crescimento da América Latina em 2012 para 3,5% e para 4,1% em 2013 e ressaltou o arrefecimento na economia do Brasil e a forte freada no desenvolvimento da Argentina.
O organismo internacional destacou os ''ventos contrários'' procedentes das tensões na Europa que provocaram um descenso nos preços das matérias-primas e nos fluxos de capital na região.
''A mensagem principal (do relatório) é que houve desde janeiro de 2012 um ajuste em baixa nas previsões globais e a principal razão tem a ver com os acontecimentos na Europa, que começaram a transmitir-se com efeitos adversos ao crescimento dos países emergentes'', afirmou à Agência Efe o economista-chefe para a América Latina do BM, Augusto de la Torre.
Em seu relatório de janeiro sobre as ''Perspectivas Econômicas Mundiais'', as previsões para a região latino-americana eram de 3,6% para este ano e de 4,2% para 2013.
Uma das principais causas é a revisão na queda das perspectivas de crescimento para o Brasil, principal economia regional, que deve terminar 2012 em 2,9%, meio ponto abaixo das previsões de janeiro, que o localizavam em 3,4%.
O BM destaca o contexto de fraqueza externa como uma das razões da desaceleração do Brasil, mas considera que o país retomará um maior ritmo de crescimento, de 4,2%, em 2013 como consequência do forte investimento previsto para a Copa do Mundo de 2014 e da expansão das políticas monetárias.
Por sua parte, o organismo multilateral prevê uma aguda desaceleração na Argentina em 2012 até 2,2%, notavelmente abaixo do 3,7% previsto em janeiro e muito inferior ao 8,9% registrado em 2011.
De acordo com o relatório, a Argentina sofrerá esta freada devido a uma menor demanda interna e à fraqueza de seus parceiros comerciais, especialmente o Brasil.
''A percepção dos consumidores e dos negócios continuará em deterioração na Argentina (...) e a decisão de nacionalizar as ações de um dos principais produtores de petróleo podem afetar negativamente a confiança dos investidores e debilitar os investimentos'', afirma o BM fazendo referência à desapropriação da espanhola Repsol da petrolífera YPF.
Segundo De La Torre, o ajuste de previsões para a Argentina se deve principalmente a fatores externos, como a queda do preço da soja e a menor demand global, além de outros específicos, como os controles nas importações e controles cambiais e seus efeitos na atividade doméstica.
Por sua parte, prevê que outra das grandes economias latino-americanas, o México, registrará uma ligeira subida da atividade econômica até 3,5% para 2012, acima do 3,2% previsto em janeiro, e de 4% para 2013, pelas mãos da recuperação gradual da economia de seu vizinho Estados Unidos.
Esta melhora do comportamento econômico seria uma resposta ao forte aumento em investimento realizado em 2011 e ao aumento do gasto público por ocasião das próximas eleições mexicanas.
Apesar da superficial queda dos preços da energia prevista durante o ano, os principais exportadores de petróleo e gás da região, como Equador, Bolívia e Venezuela, manterão um bom ritmo de crescimento.
O BM calcula um crescimento de 3% para o final de 2012 para o Equador, contra 3,3% estimado em março; enquanto eleva suas previsões na Bolívia de 4,1% para 4,3%, e na Venezuela de 3,8% para 4,6%.
Para a América Central as perspectivas também são um pouco mais positivas, devido à sua forte vinculação com EUA, com um crescimento próximo de 3,6% graças ao empurrão de Haiti, Costa Rica e Guatemala.
Por sua parte, Colômbia e Chile, duas economias com um comportamento robusto nos anos anteriores, também registrarão uma leve desaceleração contra o 5,9% que ambas registraram em 2011.
Para 2012 espera-se para a Colômbia e Chile um crescimento de 4,7% e 4,2%, respectivamente.
O Banco Mundial adverte para a especial ''vulnerabilidade'' dos países que contam com menores amortecedores macroeconômicos perante um cenário adverso e solicita políticas monetárias neutras.
Além disso, ressalta as ''importantes consequências'' de um arrefecimento mais agudo na China, dado seu crescente papel como destino das exportações regionais.