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Brasil deve ter certa recuperação em 2015, diz FMI

O crescimento deste ano da América Latina deve ser o menor dos últimos 11 anos, excluindo 2009, disse diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental

FMI: nas estimativas feitas para até 2019, avaliação do fundo é que dificilmente principais países da AL terão mesmos níveis de expansão vistos até 2011 (Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2014 às 15h43.

Nova York - O Brasil deve ter "certa recuperação" nas taxas de crescimento em 2015, mas a perspectiva para o país e para a América Latina é de níveis de expansão menores do que em anos recentes, inferiores sobretudo ao período marcado pelo boom internacional do preço das commodities, entre 2002 e 2011.

A afirmação foi feita pelo diretor do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, em entrevista coletiva para apresentar estudo sobre a região em Lima, no Peru, transmitida pela internet.

"Para 2015, o Brasil vai crescer um pouco mais, porque temos visto queda da incerteza (com relação à política econômica), e isso eventualmente vai ter efeito sobre o investimento. Também porque o programa de infraestrutura tem ganhado velocidade e deve ajudar o crescimento", disse Werner.

A América Latina tem crescido muito pouco, afirmou o diretor, basicamente por culpa de Brasil e México, as maiores economias da região e que vêm tendo desempenho fraco desde 2012.

A previsão para 2014 é de expansão regional de 2,5%, abaixo dos 2,7% de 2013.

"O crescimento deste ano da América Latina deve ser o menor dos últimos 11 anos, excluindo 2009, que foi marcado pela crise financeira internacional", disse.

Em 2015, a região deve ter uma recuperação e avançar 3%. Mas nas estimativas feitas para até 2019, a avaliação do FMI é que dificilmente os principais países da região terão os mesmos níveis de expansão vistos até 2011, período marcado por alta nos preços internacionais dos preços das commodities.

Nos cenários traçados pelo FMI, mesmo se o preço das commodities permanecer estável nos níveis atuais até 2019, o crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) dos exportadores de commodities da América Latina - Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai - seria 0,9 ponto porcentual menor que no período 2012/2013 e 1,3 ponto abaixo do período do boom dos preços, entre 2003 a 2011.

"Um cenário de preços estáveis das commodities afetaria o crescimento econômico da região e uma queda dos preços teria impacto importante (na atividade)", disse Werner na entrevista, destacando que as estimativas numéricas são feitas por exercícios econométricos e sujeitas a incertezas.

O diretor do FMI destacou que a região historicamente investe muito pouco e a perspectiva é de que os níveis de investimento continuem moderados.

Por isso, ele reforçou a necessidade de reformas estruturais para destravar os gargalos na infraestrutura e melhorar a competitividade dos países.

Com a mudança da política monetária dos Estados Unidos em curso, os países da América Latina devem enfrentar volatilidade, disse o diretor.

Para lidar com eventuais fugas de capital, Werner destacou que os países latinos precisam desenvolver bases mais amplas de investidores domésticos.

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Nova York - O Brasil deve ter "certa recuperação" nas taxas de crescimento em 2015, mas a perspectiva para o país e para a América Latina é de níveis de expansão menores do que em anos recentes, inferiores sobretudo ao período marcado pelo boom internacional do preço das commodities, entre 2002 e 2011.

A afirmação foi feita pelo diretor do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, em entrevista coletiva para apresentar estudo sobre a região em Lima, no Peru, transmitida pela internet.

"Para 2015, o Brasil vai crescer um pouco mais, porque temos visto queda da incerteza (com relação à política econômica), e isso eventualmente vai ter efeito sobre o investimento. Também porque o programa de infraestrutura tem ganhado velocidade e deve ajudar o crescimento", disse Werner.

A América Latina tem crescido muito pouco, afirmou o diretor, basicamente por culpa de Brasil e México, as maiores economias da região e que vêm tendo desempenho fraco desde 2012.

A previsão para 2014 é de expansão regional de 2,5%, abaixo dos 2,7% de 2013.

"O crescimento deste ano da América Latina deve ser o menor dos últimos 11 anos, excluindo 2009, que foi marcado pela crise financeira internacional", disse.

Em 2015, a região deve ter uma recuperação e avançar 3%. Mas nas estimativas feitas para até 2019, a avaliação do FMI é que dificilmente os principais países da região terão os mesmos níveis de expansão vistos até 2011, período marcado por alta nos preços internacionais dos preços das commodities.

Nos cenários traçados pelo FMI, mesmo se o preço das commodities permanecer estável nos níveis atuais até 2019, o crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) dos exportadores de commodities da América Latina - Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai - seria 0,9 ponto porcentual menor que no período 2012/2013 e 1,3 ponto abaixo do período do boom dos preços, entre 2003 a 2011.

"Um cenário de preços estáveis das commodities afetaria o crescimento econômico da região e uma queda dos preços teria impacto importante (na atividade)", disse Werner na entrevista, destacando que as estimativas numéricas são feitas por exercícios econométricos e sujeitas a incertezas.

O diretor do FMI destacou que a região historicamente investe muito pouco e a perspectiva é de que os níveis de investimento continuem moderados.

Por isso, ele reforçou a necessidade de reformas estruturais para destravar os gargalos na infraestrutura e melhorar a competitividade dos países.

Com a mudança da política monetária dos Estados Unidos em curso, os países da América Latina devem enfrentar volatilidade, disse o diretor.

Para lidar com eventuais fugas de capital, Werner destacou que os países latinos precisam desenvolver bases mais amplas de investidores domésticos.

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