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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.
Fatos importantes vão marcar esta semana: a nova missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) no Brasil, a divulgação de prévias de inflação que podem sinalizar um eventual comportamento dos juros e o dólar.
O mercado acredita que ainda não dá para falar em redução dos juros, mas as prévias podem ajudar. Os preços no atacado, divulgados pelo IGP-M na semana passada, são os menores em 13 meses, segundo a consultoria Global Invest. O varejo, porém, continua a repassar os aumentos. Saem nesta semana: prévia do IPC-Fipe e IVC-Dieese.
Para acompanhar esse movimento, o chega nesta segunda-feira (5/5) a missão do FMI ao Brasil, que vai checar as contas públicas e resultados da política macroeconômica. Será a terceira revisão do acordo de 30 bilhões de dólares assinado em setembro de 2002. Neste final de semana, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o país está cumprindo os acordos e pretende sacar a nova parcela do empréstimo, estimada em 9,1 bilhões de dólares.
A aprovação formal desta terceira revisão está prevista para 6 de junho. Na primeira quinzena de junho, o Brasil deverá pagar ao FMI cerca de 235 milhões de dólares em juros e, no dia 20 de junho, o Brasil deverá pagar outros 4,6 bilhões de dólares ao FMI como amortização de parte da linha SRF (Supplemental Reserve Facility). "Se não houver postergação de pagamento ao FMI, o Brasil terá portanto, liquidamente, cerca de 4,3 bilhões de dólares em recursos do FMI no mês de junho", avalia o CSFB. O atual acordo com o FMI prevê ainda mais duas revisões (agosto e novembro) e liberação de outros 12 bilhões de dólares ao Brasil. As reservas internacionais do Brasil encerraram o mês de abril em 41,5 bilhões de dólares em reservas internacionais líquidas (conceito que exclui os recursos de empréstimos do FMI) estão em cerca de 16,2 bilhões de dólares.
"[O acordo com o FMI] está indo muito bem. Certamente o Brasil vai completar o programa e vai sacar aquilo que tem direito dentro dos termos do acordo", disse Meirelles, segundo a Agência Brasil. Sobre a inflação, Meirelles disse que pressão sobre os preços já não é tão grande, mas que a queda dos indicadores estaria abaixo do previsto. "Agora é preciso avaliar os efeitos da queda do dólar e da redução do preço da gasolina sobre a inflação", disse Meirelles. "Vamos seguir a marca dos números."
Sem banda com a Argentina
Meirelles desmentiu o vice-chanceler argentino, Martín Redrado, que havia afirmado que os dois países já discutiam bandas cambiais conjuntas para a flutuação do peso e do real. Em entrevista ao jornal argentino "La Nación", Redrado havia dito que esse era o momento certo para os dois países começassem a discutir bandas cambiais únicas para o dólar e que esse seria um primeiro passo para a unificação monetária entre Argentina e Brasil. Meirelles afirmou que o Brasil não tem nenhum tipo de banda ou meta cambial. "Dentro do nosso arcabouço de medidas, não contempla-se nenhuma banda ou meta de câmbio." Neste final de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, negaram qualquer intervenção no câmbio.
Estados Unidos
Apesar de o presidente americano, George W. Bush, ter decretado oficialmente o fim da guerra contra o Iraque, os indicadores econômicos daquele país não andam nada animadores, somados ao "olhos atentos" do governo dos Estados Unidos sobre a Síria. Nesta semana, o comitê de política monetária do país vai decidir a nova taxa de juros, que está atualmente em 1,25%, sairão indicadores de vendas no atacado, pedidos de seguro desemprego, produtos manufaturados e crédito ao consumidor. É consenso de mercado que o comitê mantenha a taxa no percentual atual.