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Brasil deve deter inflação e EUA ter cautela, diz mentor do Bric

Criador do termo Bric, Jim O’Neill diz que o combate ao aumento de preços precisa ser uma “grande prioridade” no Brasil, devido ao seu histórico inflacionário

Jim O'Neill, criador do termo "BRIC", em 16 de março de 2011, no Reino Unido. (Simon Dawson/Bloomberg)
FS

Fabiane Stefano

Publicado em 8 de março de 2022 às 17h06.

Última atualização em 8 de março de 2022 às 17h15.

Jim O’Neill, o proeminente economista que cunhou o conhecido acrônimo Bric para os maiores mercados emergentes, aconselha o Banco Central do Brasil a combater a inflação , mesmo quando adverte que o Federal Reserve nos Estados Unidos deve ser cauteloso sobre seu aperto monetário.

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Como a guerra na Ucrânia provoca alta do petróleo, o ex-economista do Goldman Sachs disse que o combate ao aumento de preços deve ser uma “grande prioridade” no Brasil, devido ao seu histórico de inflação. Deixar de controlar os índices de preços seria o maior revés para a economia brasileira em vários anos, segundo ele.

“É extremamente importante que o Brasil não permita que uma inflação significativa reapareça permanentemente”, disse O’Neill em entrevista à Bloomberg News. “A única razão pela qual eu coloquei o Brasil no Bric é porque eu considerei que o país era sério sobre tentar controlar a inflação.”

O BC brasileiro adotou um dos ciclos de aperto mais agressivos do mundo, ao elevar a Selic em 875 pontos-base desde o ano passado, para 10,75%. Agora, se prepara para diminuir o ritmo e encerrar as altas neste ano, mas o rali das commodities leva os operadores do mercado a questionar se realmente há espaço para isso. A inflação está em 10,4%, acima da meta de 3,5%, enquanto as previsões dos economistas e as taxas de inflação implícita estão em alta.

Nos EUA, enquanto isso, o Fed deve tomar cuidado com os aumentos das taxas, pois as condições financeiras já estão muito apertadas devido à guerra na Ucrânia. O’Neill, que atualmente é presidente da Northern Gritstone, empresa de investimentos fundada pelas universidades de Leeds, Manchester e Sheffield, disse que o BC americano provavelmente tem “muito pouca confiança” sobre seus próximos passos à medida que a guerra na Ucrânia se desenrola.

As apostas nos mercados futuros precificam cerca de 140 pontos-base de aperto nos EUA neste ano, começando com um movimento de 0,25 ponto percentual neste mês, o que marcaria o primeiro aumento da taxa desde 2018.

“O aperto das condições financeiras é tão duro que eles devem ter cuidado com o grau de aperto que buscam”, disse o economista britânico.

Veja outros destaques da entrevista:

Rússia encolhe

América Latina estagnada

Eleição no Brasil

— Com a colaboração deAline Oyamada.

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