Economia

Brasil dá mais um passo para entrar na OCDE

Com aval na área de Ciência e Tecnologia recebido pela instituição, Brasil agora está apto em 90 dos 252 instrumentos de referência da instituição

Brasil: adesão aos instrumentos é uma prática quando países se candidatam a membro da OCDE (Cesar Okada/Getty Images)

Brasil: adesão aos instrumentos é uma prática quando países se candidatam a membro da OCDE (Cesar Okada/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de junho de 2020 às 10h26.

Última atualização em 29 de junho de 2020 às 10h28.

Na corrida brasileira para se adequar aos padrões da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o País conquistou nesta segunda-feira (29) aval da entidade a mais uma declaração e a cinco recomendações na área de Ciência e Tecnologia (C&T). A informação foi divulgada pelo embaixador permanente do Brasil na instituição que tem sede em Paris, Carlos Cozendey.

Com isso, o Brasil agora está apto em 90 dos 252 instrumentos de referência da instituição - ou seja, em 35,7% do total. O número de tópicos a serem aderidos foi reduzido, porque três acabaram sendo consolidados em um novo, como explicou o embaixador.

A declaração da qual o Brasil está em linha com a entidade é a que trata da Cooperação internacional em C&T para o desenvolvimento sustentável. Já as recomendações são sobre governança de ensaios clínicos, garantia de qualidade em testes genéticos moleculares, acesso a dados de pesquisa de fundos públicos, Quadro Geral de Princípios para a Cooperação Internacional em C&T e também facilitação da cooperação tecnológica internacional envolvendo empresas.

A adesão aos instrumentos é uma prática quando países se candidatam a membro da OCDE. O Brasil ainda não foi aprovado como tal, mas desde que solicitou a adesão, no governo de Michel Temer, vem buscando a adequação às normas e padrões da Organização, postura bastante elogiada pelo secretário-geral da instituição, José Ángel Gurría.

Normalmente, o processo de acessão leva de três a quatro anos após a confirmação do início dos trâmites pela OCDE. O processo de candidatura do Brasil, no entanto, vem sendo prejudicado por questões da própria Organização, que passa por um momento de disputas internas entre europeus e americanos sobre seu formato futuro.

Por um lado, os EUA já deixaram claro que não querem uma ampliação muito rápida da instituição. De outro, a União Europeia (UE) não abre mão de que a entrada de um país fora do continente seja acompanhada de um de seus componentes. Nenhum dos lados dá sinais de que vá ceder e, assim, a entidade pouco avança nesse sentido.

Bem como o Brasil, Peru e Argentina também estão na fila. Do lado europeu, estão no aguardo Romênia, Croácia e Bulgária. A questão em aberto é como se dará a "dobradinha" exigida pela UE, já que os EUA não querem uma ampliação da entidade - principalmente de países considerados de menor importância econômica ou geopolítica.

Além disso, a entidade conta com outro impasse entre seus membros, que também pode prejudicar a entrada do Brasil na Organização e que está relacionada com a covid-19. Para alguns países, as reuniões virtuais que vêm sendo realizadas como uma alternativa aos encontros presentes não têm caráter oficial.

O processo de candidatura do Brasil na OCDE é um dos principais focos do governo na área internacional. Na Organização, as decisões são tomadas por consenso, ou seja, não há votação por maioria e precisam, portanto, receber aval unânime de todos os associados.

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