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Brasil cai 8 posições e é 17º no Índice Big Mac da Economist

Real fraco faz Brasil despencar no cálculo dos Big Macs relativamente mais caros do mundo feito todo semestre pela The Economist

Big Mac (Divulgação)

João Pedro Caleiro

Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 17h38.

São Paulo - O Brasil caiu da 9ª para a 17ª posição entre os Big Macs relativamente mais caros do mundo, de acordo com a revista britânica The Economist.

O Índice Big Mac calcula semestralmente desde 1986 os preços do hambúrguer em vários países para determinar quais moedas estão valorizadas demais (ou de menos) em relação ao dólar .

Nos últimos anos, o real se destacava sempre nos primeiros lugares como uma moeda sobrevalorizada, mas seu ciclo de enfraquecimento em relação ao dólar mudou este cenário.

Em janeiro de 2015, o Brasil estava com o câmbio em R$ 2,59, sobrevalorizado em 8,7%. Em julho, os números já mostravam subvalorização de 10,6%, considerando que um Big Mac de R$ 13,50 saía por US$ 4,28 na cotação de R$ 3,15.

Agora, o real fraco fez o Big Mac brasileiro cair ainda mais na lista. Um sanduíche vendido aqui por R$ 13,50 representa US$ 3,35 com uma cotação de R$ 4,02.

É uma subvalorização de 32%, considerando que um Big Mac custa US$ 4,79 nos Estados Unidos.

O primeiro lugar segue com a Suíça, com 30,7% de sobrevalorização. Os outros dois únicos países com moedas mais fortes do que o equilíbrio esperado são Suécia (+6,1%) e Noruega (+5,8%).

O dólar está em um ciclo de apreciação mundial, o que faz com que todos os outros 40 países tenham moeda subvalorizada. Nas últimas posições ficam África do Sul (-64,1%), Ucrânia (-68,7%), Rússia (-69%) e Venezuela (-86,5%).

Metodologia

O Índice Big Mac não tem pretensão científica e é "meramente uma ferramenta para tornar a teoria de taxas de câmbio mais palatável", segundo a própria revista.

De acordo com a noção de paridade de poder de compra, as taxas de câmbio tendem a caminhar no longo prazo para que um mesmo bem ou serviço - no caso, o Big Mac - fique com o mesmo preço em dólar em qualquer país.

Essa equalização ocorreria por aqui se um dólar valesse hoje R$ 2,74 e não R$ 4,02 (hoje ele fechou em R$ 4,05, maior nível dos últimos 3 meses, em grande parte devido às preocupações com a China ).

O método, incluído em livros didáticos e tema de mais de 20 trabalhos acadêmicos, foi criticado por não levar em conta o fato de que países mais pobres tem em geral menor custo de mão de obra - e, portanto, preços menores.

Em resposta, a Economist criou um segundo índice ajustado que incorpora o PIB per capita. Com este critério, o Brasil perdeu sua antiga liderança para a Turquia e está agora em 2º lugar, com um Big Mac 7% mais caro do que seria esperado.

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O Índice Big Mac calcula semestralmente desde 1986 os preços do hambúrguer em vários países para determinar quais moedas estão valorizadas demais (ou de menos) em relação ao dólar .

Nos últimos anos, o real se destacava sempre nos primeiros lugares como uma moeda sobrevalorizada, mas seu ciclo de enfraquecimento em relação ao dólar mudou este cenário.

Em janeiro de 2015, o Brasil estava com o câmbio em R$ 2,59, sobrevalorizado em 8,7%. Em julho, os números já mostravam subvalorização de 10,6%, considerando que um Big Mac de R$ 13,50 saía por US$ 4,28 na cotação de R$ 3,15.

Agora, o real fraco fez o Big Mac brasileiro cair ainda mais na lista. Um sanduíche vendido aqui por R$ 13,50 representa US$ 3,35 com uma cotação de R$ 4,02.

É uma subvalorização de 32%, considerando que um Big Mac custa US$ 4,79 nos Estados Unidos.

O primeiro lugar segue com a Suíça, com 30,7% de sobrevalorização. Os outros dois únicos países com moedas mais fortes do que o equilíbrio esperado são Suécia (+6,1%) e Noruega (+5,8%).

O dólar está em um ciclo de apreciação mundial, o que faz com que todos os outros 40 países tenham moeda subvalorizada. Nas últimas posições ficam África do Sul (-64,1%), Ucrânia (-68,7%), Rússia (-69%) e Venezuela (-86,5%).

Metodologia

O Índice Big Mac não tem pretensão científica e é "meramente uma ferramenta para tornar a teoria de taxas de câmbio mais palatável", segundo a própria revista.

De acordo com a noção de paridade de poder de compra, as taxas de câmbio tendem a caminhar no longo prazo para que um mesmo bem ou serviço - no caso, o Big Mac - fique com o mesmo preço em dólar em qualquer país.

Essa equalização ocorreria por aqui se um dólar valesse hoje R$ 2,74 e não R$ 4,02 (hoje ele fechou em R$ 4,05, maior nível dos últimos 3 meses, em grande parte devido às preocupações com a China ).

O método, incluído em livros didáticos e tema de mais de 20 trabalhos acadêmicos, foi criticado por não levar em conta o fato de que países mais pobres tem em geral menor custo de mão de obra - e, portanto, preços menores.

Em resposta, a Economist criou um segundo índice ajustado que incorpora o PIB per capita. Com este critério, o Brasil perdeu sua antiga liderança para a Turquia e está agora em 2º lugar, com um Big Mac 7% mais caro do que seria esperado.

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