Economia

Brasil abre 644 mil vagas de trabalho em 2019, melhor dado desde 2013

Número foi acima das 546.445 criadas em 2018; em dezembro, mês em que há tradicionalmente demissões, foram fechadas 307.311 vagas

Carteira de trabalho: ministério da Economia reúne no dados apenas as vagas formais (Amanda Perobelli/Reuters)

Carteira de trabalho: ministério da Economia reúne no dados apenas as vagas formais (Amanda Perobelli/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 10h12.

Última atualização em 24 de janeiro de 2020 às 11h40.

Brasília — O Brasil abriu 644.079 vagas formais de trabalho em 2019, no melhor resultado em seis anos, segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Economia.

Em 2018, o país havia aberto 529.554 postos de trabalho. O total do ano passado representa a maior abertura de vagas desde 2013, quando 1.117.171 delas foram abertas, na série com ajustes.

O resultado de dezembro, tradicionalmente negativo, foi de fechamento de 307.311 vagas, contra projeção em pesquisa da Reuters de encerramento de 320 mil postos.

No ano, o desempenho positivo foi puxado pela criação de vagas no setor de Serviços, com abertura de 382.525 postos. Aparecem em seguida Comércio (+145.475), Construção Civil (+71.115) e Indústria de Transformação (+18.341).

Em comparação com 2018, houve forte melhoria na abertura de postos na construção civil, com aumento de 53.158 vagas em 2019. Com isso, o saldo positivo do setor ficou quase quatro vezes superior ao observado um ano antes.

O Caged vem apontando alguma volatilidade desde o início de 2019. No entanto, durante o segundo semestre de 2019 já há indícios de uma retomada mais robusta da atividade econômica, em linha com a melhora da confiança e associada aos avanços graduais da agenda de reformas, diz a consultoria 4E em nota a clientes.

"Quando olhamos a média móvel trimestral encerrada em dezembro, em termos dessazonalizados, fica evidente o ganho de ritmo do mercado, que acelera desde julho nessa métrica (69,0 mil vagas/mês contra 58,5 mil vagas/mês na média móvel até outubro)", diz.

Para o ano 2020 a tendência vista pela 4E é de aceleração para a criação de empregos, principalmente no que tange ao emprego formal. "O maior dinamismo da atividade econômica em conjunto com a melhora da confiança devem ser vetores a corroborar tal expectativa", diz a consultoria.

Dentre as demais categorias de destaque, houve um salto na abertura de postos no comércio de 42,6% em 2019, ao passo que, no setor de serviços, houve uma diminuição de 4% sobre 2018.

Nos 12 meses do ano, houve fechamento líquido de postos apenas em março (-38.612) e em dezembro.

Apesar da melhoria registrada em 2019 sobre 2018, a situação do mercado de trabalho segue difícil no país.

A taxa de desemprego no Brasil caiu a 11,2% no trimestre encerrado em novembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dando sequência a uma trajetória de queda, mas ainda num patamar elevado.

Ao mesmo tempo, a população ocupada informal atingiu 38,8 milhões de pessoas, recorde da série histórica, num sinal dos desafios para o mercado de trabalho em 2020.

1 milhão de postos novos?

A criação de empregos no Brasil pode chegar a 1 milhão de postos em 2020 caso a economia avance por volta de 3%, projetou o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcomo, nesta sexta-feira.

Oficialmente, a expectativa do governo é de alta de 2,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano.

"Se nós estamos falando de 644.079 novos empregos gerados em 2019, é bem provável que encoste em 1 milhão de novos empregos gerados nesse ano, caso a economia cresça em torno de 3%", afirmou ele, em coletiva de imprensa.

(Por Gabriel Ponte e Marcela Ayres)

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