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Bradesco e Votoratim veem sinal de retração do PIB no 4º tri

A queda do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) em dezembro reforça a expectativa de uma contração no PIB do quarto trimestre, diz economista

Comércio: sinais são de que setor de serviços não deve impulsionar economia em 2015, diz economista (Dado Galdieri / Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 15h38.

São Paulo - A queda do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) em dezembro reforça a expectativa de uma contração no PIB do quarto trimestre calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na avaliação da equipe de pesquisa do Bradesco compartilhada pelo economista Guiherme Maia, da Votorantim Corretora .

O índice recuou 0,55% na passagem de novembro para dezembro, já descontados os efeitos sazonais.

"Esse resultado sucede a estabilidade verificada em novembro e superou as expectativas do mercado, cuja mediana apontava para retração de 1,1%", diz o Bradesco em relatório.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador avançou 0,65%, acumulando queda de 0,15% em 2014.

"Esse resultado, assim, reforça nossa expectativa de retração de 0,2% do PIB no quarto trimestre", diz o banco, lembrando que o dado deve ser divulgado pelo IBGE no final de março.

Já a Votorantim Corretora tinha uma expectativa anterior de alta de 0,10% para o PIB de 2014 e de 0,40% para o quarto trimestre desse ano.

"Depois da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) e da indústria, estávamos esperando o IBC-Br para revisar a projeção. Coloca um viés para baixo", adiantou.

Os números do IBC-Br, segundo ele, também reforçam a visão de que a atividade está de fato enfraquecida e pode desacelerar mais, devendo conduzir o PIB fechado de 2015 para uma queda.

"Os dados da PMC, da indústria e do IBC-Br confirmaram essa percepção, que tem implicações para 2015. Acreditávamos que haveria recessão apenas no primeiro semestre e depois haveria recuperação no segundo. Mas o que está se configurando não parece ser um cenário de retomada", avaliou.

De acordo com Maia, os sinais são de que o setor de serviços também não deve impulsionar a economia ao longo de 2015.

"Deve começar a apresentar mais fraqueza e inclusive atingir o mercado de trabalho. No PIB de 2015, a previsão é de que o consumo não deva crescer, podendo ficar em zero ou até mesmo negativo", estimou.

Se o consumo de fato cair em 2015, o economista disse que será a primeira queda em mais de dez anos. O último recuo foi registrado em 2003, quando cedeu 0,8%. "Desde 2004 até 2014, cresceu em média 4,5%.

Selic

A despeito do estresse dos mercados nos últimos dias, com a curva de juros futuros elevando a possibilidade de aumento de 0,50 ponto porcentual ou até mesmo de 0,75 ponto na Selic na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom), a Votorantim Corretora ainda trabalha com a possibilidade de mais uma alta de 0,25 ponto porcentual nos juros.

Com atividade mais fraca, a expectativa de Maia é de que os preços livres arrefeçam e permitam ao Banco Central interromper o atual ciclo de alta da Selic em breve.

"Com PIB mais perto de zerou ou até negativo, pode ser que atinja os preços livres e ocorra uma desaceleração razoável. Isso reforça nossa percepção de que o BC pode dar mais um aumento de 0,25 ponto e depois parar", analisou.

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São Paulo - A queda do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) em dezembro reforça a expectativa de uma contração no PIB do quarto trimestre calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na avaliação da equipe de pesquisa do Bradesco compartilhada pelo economista Guiherme Maia, da Votorantim Corretora .

O índice recuou 0,55% na passagem de novembro para dezembro, já descontados os efeitos sazonais.

"Esse resultado sucede a estabilidade verificada em novembro e superou as expectativas do mercado, cuja mediana apontava para retração de 1,1%", diz o Bradesco em relatório.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador avançou 0,65%, acumulando queda de 0,15% em 2014.

"Esse resultado, assim, reforça nossa expectativa de retração de 0,2% do PIB no quarto trimestre", diz o banco, lembrando que o dado deve ser divulgado pelo IBGE no final de março.

Já a Votorantim Corretora tinha uma expectativa anterior de alta de 0,10% para o PIB de 2014 e de 0,40% para o quarto trimestre desse ano.

"Depois da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) e da indústria, estávamos esperando o IBC-Br para revisar a projeção. Coloca um viés para baixo", adiantou.

Os números do IBC-Br, segundo ele, também reforçam a visão de que a atividade está de fato enfraquecida e pode desacelerar mais, devendo conduzir o PIB fechado de 2015 para uma queda.

"Os dados da PMC, da indústria e do IBC-Br confirmaram essa percepção, que tem implicações para 2015. Acreditávamos que haveria recessão apenas no primeiro semestre e depois haveria recuperação no segundo. Mas o que está se configurando não parece ser um cenário de retomada", avaliou.

De acordo com Maia, os sinais são de que o setor de serviços também não deve impulsionar a economia ao longo de 2015.

"Deve começar a apresentar mais fraqueza e inclusive atingir o mercado de trabalho. No PIB de 2015, a previsão é de que o consumo não deva crescer, podendo ficar em zero ou até mesmo negativo", estimou.

Se o consumo de fato cair em 2015, o economista disse que será a primeira queda em mais de dez anos. O último recuo foi registrado em 2003, quando cedeu 0,8%. "Desde 2004 até 2014, cresceu em média 4,5%.

Selic

A despeito do estresse dos mercados nos últimos dias, com a curva de juros futuros elevando a possibilidade de aumento de 0,50 ponto porcentual ou até mesmo de 0,75 ponto na Selic na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom), a Votorantim Corretora ainda trabalha com a possibilidade de mais uma alta de 0,25 ponto porcentual nos juros.

Com atividade mais fraca, a expectativa de Maia é de que os preços livres arrefeçam e permitam ao Banco Central interromper o atual ciclo de alta da Selic em breve.

"Com PIB mais perto de zerou ou até negativo, pode ser que atinja os preços livres e ocorra uma desaceleração razoável. Isso reforça nossa percepção de que o BC pode dar mais um aumento de 0,25 ponto e depois parar", analisou.

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