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Bom dia, Vietnã! País pode se tornar novo Tigre Asiático

Junto a uma das rotas de navegação mais importantes do mundo, o Vietnã está sendo cotado para uma ascensão econômica mais uma vez

Vista de Hanói, capital do Vietnã: o país tem o potencial de se tornar uma das economias de mais rápido crescimento do mundo (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2015 às 21h52.

Hong Kong - Junto a uma das rotas de navegação mais importantes do mundo, e com uma população jovem e em crescimento, o Vietnã está -- mais uma vez -- sendo cotado para uma ascensão econômica, após anos de decepção.

O dinheiro que está sendo colocado na economia do Sudeste Asiático vindo de fabricantes como Samsung Electronics Co. e Intel Corp. está dando ao Vietnã uma segunda chance de se tornar o próximo Tigre Asiático.

A abertura do mercado do país, chamada de “Doi Moi”, nos anos 1980, marcou o início do esforço para um crescimento superior a 7 por cento, que diminuiu nos últimos anos após um aumento da inadimplência em empresas estatais.

Segundo a PricewaterhouseCoopers LLP, o país tem o potencial de se tornar uma das economias de mais rápido crescimento do mundo no período até 2050.

O país do Sudeste Asiático não apenas está ganhando terreno como uma alternativa industrial mais barata à vizinha China, mas o Vietnã é, também, um destino politicamente agradável para as empresas japonesas que estão ampliando os investimentos na região em meio aos recorrentes conflitos sino-japoneses.

“É muito possível que o Vietnã se torne a economia de mais rápido crescimento da Ásia”, disse Vikram Nehru, associado sênior do Programa para a Ásia e ocupante da cadeira Bakrie em Estudos do Sudeste Asiático na Carnegie Endowment for International Peace, em Washington. “O país tem todos os ingredientes para um rápido crescimento se puder vencer os desafios no setor estatal”.

Investimento estrangeiro

Os investimentos estrangeiros no Vietnã aumentaram nos últimos 14 anos e atingiram US$ 12,35 bilhões em 2014, 7,4 por cento a mais do que em 2013 e um contraste em relação aos US$ 2,4 bilhões de 2000, segundo números da Agência de Investimento Estrangeiro do país. As operações da Samsung no Vietnã estão se tornando tão grandes que a empresa recebeu aprovação do governo para operar seu próprio terminal no Aeroporto Internacional Noi Bai, em Hanói.

E as fabricantes estão se mudando da China. A fabricante de impressoras japonesa Kyocera Document Solutions Inc., uma unidade da Kyocera Corp., planeja quadruplicar sua produção anual de impressoras no Vietnã para 2 milhões de unidades até março de 2018, disse a empresa neste mês. Parte de sua operação na China será transferida para Hai Phong, transformando o Vietnã na maior base de fabricação de impressoras da empresa, e há outra fábrica planejada para agosto, segundo a companhia.

O crescimento médio do produto interno bruto real anual do Vietnã poderá ser de 5,3 por cento no período 2014-50, um ritmo superado apenas pela Nigéria, segundo o relatório “O mundo em 2050” da PwC. O crescimento da China poderá cair para menos de 4 por cento.

Os dados demográficos são de grande ajuda. Cerca de 13 por cento da população da China em 2012 já tinha 60 anos ou mais, contra 9 por cento no Vietnã, segundo a Organização das Nações Unidas. Mais de 40 por cento da população do Vietnã, de cerca de 90 milhões em 2013, estava no mercado de trabalho na faixa etária entre 15 a 49 anos, segundo dados do governo.

Crédito de cobrança duvidosa

Os bancos do Vietnã em apuros devido aos empréstimos de cobrança duvidosa e o governo têm enfrentado dificuldades para reformular as empresas estatais ineficientes. A infraestrutura inadequada, a falta de mão de obra qualificada e a corrupção continuam representando riscos. O Vietnã ficou classificado em 119o lugar entre 175 países e territórios no índice de Percepção de Corrupção da Transparência Internacional, um órgão com sede em Berlim, em 2014.

O Vietnã tentará vender uma quantidade recorde de ações em empresas estatais neste ano, disse Dang Quyet Tien, vice-diretor-geral do departamento de finanças corporativas do Ministério das Finanças, em entrevista no dia 13 de março. O plano para vender participações em cerca de 280 entidades neste ano é de “crédito positivo” para os bancos, segundo a Moody’s Investors Service.

“A estrutura da economia está mudando, está indo da agricultura para a manufatura”, disse Victoria Kwakwa, diretora do Banco Mundial para o Vietnã. “É possível ver que está havendo um progresso”.

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Hong Kong - Junto a uma das rotas de navegação mais importantes do mundo, e com uma população jovem e em crescimento, o Vietnã está -- mais uma vez -- sendo cotado para uma ascensão econômica, após anos de decepção.

O dinheiro que está sendo colocado na economia do Sudeste Asiático vindo de fabricantes como Samsung Electronics Co. e Intel Corp. está dando ao Vietnã uma segunda chance de se tornar o próximo Tigre Asiático.

A abertura do mercado do país, chamada de “Doi Moi”, nos anos 1980, marcou o início do esforço para um crescimento superior a 7 por cento, que diminuiu nos últimos anos após um aumento da inadimplência em empresas estatais.

Segundo a PricewaterhouseCoopers LLP, o país tem o potencial de se tornar uma das economias de mais rápido crescimento do mundo no período até 2050.

O país do Sudeste Asiático não apenas está ganhando terreno como uma alternativa industrial mais barata à vizinha China, mas o Vietnã é, também, um destino politicamente agradável para as empresas japonesas que estão ampliando os investimentos na região em meio aos recorrentes conflitos sino-japoneses.

“É muito possível que o Vietnã se torne a economia de mais rápido crescimento da Ásia”, disse Vikram Nehru, associado sênior do Programa para a Ásia e ocupante da cadeira Bakrie em Estudos do Sudeste Asiático na Carnegie Endowment for International Peace, em Washington. “O país tem todos os ingredientes para um rápido crescimento se puder vencer os desafios no setor estatal”.

Investimento estrangeiro

Os investimentos estrangeiros no Vietnã aumentaram nos últimos 14 anos e atingiram US$ 12,35 bilhões em 2014, 7,4 por cento a mais do que em 2013 e um contraste em relação aos US$ 2,4 bilhões de 2000, segundo números da Agência de Investimento Estrangeiro do país. As operações da Samsung no Vietnã estão se tornando tão grandes que a empresa recebeu aprovação do governo para operar seu próprio terminal no Aeroporto Internacional Noi Bai, em Hanói.

E as fabricantes estão se mudando da China. A fabricante de impressoras japonesa Kyocera Document Solutions Inc., uma unidade da Kyocera Corp., planeja quadruplicar sua produção anual de impressoras no Vietnã para 2 milhões de unidades até março de 2018, disse a empresa neste mês. Parte de sua operação na China será transferida para Hai Phong, transformando o Vietnã na maior base de fabricação de impressoras da empresa, e há outra fábrica planejada para agosto, segundo a companhia.

O crescimento médio do produto interno bruto real anual do Vietnã poderá ser de 5,3 por cento no período 2014-50, um ritmo superado apenas pela Nigéria, segundo o relatório “O mundo em 2050” da PwC. O crescimento da China poderá cair para menos de 4 por cento.

Os dados demográficos são de grande ajuda. Cerca de 13 por cento da população da China em 2012 já tinha 60 anos ou mais, contra 9 por cento no Vietnã, segundo a Organização das Nações Unidas. Mais de 40 por cento da população do Vietnã, de cerca de 90 milhões em 2013, estava no mercado de trabalho na faixa etária entre 15 a 49 anos, segundo dados do governo.

Crédito de cobrança duvidosa

Os bancos do Vietnã em apuros devido aos empréstimos de cobrança duvidosa e o governo têm enfrentado dificuldades para reformular as empresas estatais ineficientes. A infraestrutura inadequada, a falta de mão de obra qualificada e a corrupção continuam representando riscos. O Vietnã ficou classificado em 119o lugar entre 175 países e territórios no índice de Percepção de Corrupção da Transparência Internacional, um órgão com sede em Berlim, em 2014.

O Vietnã tentará vender uma quantidade recorde de ações em empresas estatais neste ano, disse Dang Quyet Tien, vice-diretor-geral do departamento de finanças corporativas do Ministério das Finanças, em entrevista no dia 13 de março. O plano para vender participações em cerca de 280 entidades neste ano é de “crédito positivo” para os bancos, segundo a Moody’s Investors Service.

“A estrutura da economia está mudando, está indo da agricultura para a manufatura”, disse Victoria Kwakwa, diretora do Banco Mundial para o Vietnã. “É possível ver que está havendo um progresso”.

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