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Bolsonaro pressiona Guedes, mas não quer saída de ministro

Bolsonaro quer uma reformulação do Renda Brasil e fará uma nova reunião na sexta-feira para discutir o assunto, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, 19 de agosto de 2020. (Andre Borges/Getty Images)
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Bloomberg

Publicado em 26 de agosto de 2020 às 16h52.

O presidente Jair Bolsonaro avalia que o ministro da Economia, Paulo Guedes , tem mostrado pouca sensibilidade em questões políticas e sociais, mas não quer que ele deixe o cargo, disseram duas fontes próximas ao presidente.

Em vez disso, Bolsonaro está pressionando por uma reformulação do Renda Brasil e fará uma nova reunião na sexta-feira para discutir o assunto, disseram as pessoas que pediram anonimato porque as discussões não são públicas.

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O presidente decidiu suspender a proposta, que deveria ter sido apresentada ontem, depois de saber que uma das ideias era usar recursos do abono salarial, benefício pago a trabalhadores que ganham até dois salários mínimos.

“Ontem discutimos a possível proposta do Renda Brasil e eu falei que está suspenso, vamos voltar a conversar. Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos”, disse Bolsonaro nesta quarta-feira ao participar de evento em Minas Gerais.

A equipe econômica, no entanto, teme que Bolsonaro opte por flexibilizar o teto de gastos para financiar o novo programa, segundo duas pessoas conhecimento do assunto. O Renda Brasil foi planejado com realocação de outros programas sociais para não impactar o teto. Sem o abono salarial, o valor do benefício acabará ficando menor, disseram as fontes, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas.

Na terça-feira, Bolsonaro pediu um novo cardápio de opções para o Renda Brasil, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.

O Ministério da Economia não comentou o assunto. O Planalto não respondeu imediatamente a pedido de comentário.

A suspensão do programa não é um problema em si, mas o governo tem dado alguns sinais de despreocupação fiscal e há um viés de gastar mais, disse Reinaldo Le Grazie, ex-diretor do Banco Central e chefe do fundo de hedge Panamby Capital. “Parece que o ministro ficou, mas a agenda foi embora”, disse Le Grazie.

(Com a colaboração deVinícius Andrade).

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