Economia

Bolsonaro propõe idade mínima de 62 anos para homens e 57 para mulheres

Presidente disse que 65 anos seria uma idade mínima muito pesada para ser aprovada na Reforma da Previdência

Jair Bolsonaro: presidente pretende adotar a reforma que já está na Câmara dos Deputados (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsonaro: presidente pretende adotar a reforma que já está na Câmara dos Deputados (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de janeiro de 2019 às 20h59.

Última atualização em 4 de janeiro de 2019 às 11h09.

O presidente Jair Bolsonaro disse que a proposta de reforma da Previdência em discussão no governo prevê a idade mínima de 62 anos para os homens e 57 anos para as mulheres com aumento gradativo. Segundo Bolsonaro, seria mais um ano a partir da promulgação e outro em 2022, mas com diferenças de idade mínima de acordo com a categoria profissional e a expectativa de vida.

Segundo Bolsonaro, o futuro presidente avaliaria a necessidade de novos ajustes no sistema previdenciário. "Quando você coloca tudo de uma vez só no pacote, você pode errar, e nós não queremos errar", disse em entrevista ao SBT, a primeira após ter tomado posse.

O presidente indicou que as medidas visam principalmente a previdência dos servidores públicos. "O que mais pesa no Orçamento é a questão da previdência pública, que terá maior atenção da nossa parte. Vamos buscar também eliminar privilégios", afirmou o presidente, que descartou aumentar a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores, hoje em 11%.

Aprovação

Bolsonaro disse que a reforma não vai estabelecer regras únicas para todos os setores e todas as categorias profissionais. Citou a expectativa de vida no Piauí, que é 69 anos, argumentando que seria "um pouco forte estabelecer a idade mínima de 65 anos", como previa o texto da reforma enviado ao Congresso pelo governo do ex-presidente Michel Temer.

A diferenciação visa, conforme Bolsonaro, facilitar a aprovação no Congresso, mas também evitar "injustiça com aqueles que têm expectativa de vida menor". O presidente voltou a dizer que poderá aproveitar a proposta já em tramitação na Câmara dos Deputados, com alguns ajustes.

"O que queremos é aproveitar a reforma que já está na Câmara, que começou com o senhor Michel Temer. A boa reforma é aquela que passa na Câmara e no Senado, não aquela que está na minha cabeça ou na [cabeça] da equipe econômica", afirmou.

Bolsonaro argumentou que a reforma é necessária para impedir que o país "em mais dois ou três anos entre em colapso", a exemplo do que ocorreu com a Grécia. "Agora todos terão de contribuir um pouco para que ela seja aprovada. Eu acredito que o Parlamento não vai faltar ao Brasil", disse.

Justiça do Trabalho

Segundo o presidente, o governo poderá propor a extinção da Justiça do Trabalho, transferindo para a Justiça comum as ações trabalhistas. "Qual país do mundo que tem? Tem que ser Justiça comum e tem que ter a sucumbência - quem entrou na Justiça e perdeu tem de pagar", argumentou.

Bolsonaro disse que, antes da reforma trabalhista, havia 4 milhões de ações trabalhistas em tramitação. "Ninguém aguenta isso. Nós temos mais ações trabalhistas que o mundo inteiro. Algo está errado, é o excesso de proteção", afirmou.

O presidente voltou a criticar o excesso de encargos trabalhistas, que acabam onerando a mão de obra no país. Bolsonaro afirmou que não vai mexer em direitos trabalhistas previstos na Constituição, mas que vai aprofundar a reforma trabalhista. "O Brasil é um país de direitos em excesso, mas falta emprego. Nos Estados Unidos, não têm quase direito trabalhista. Não adianta você ter direitos e não ter emprego", afirmou.

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