Economia

Bolsonaro busca ampliar acordos com China, mas sem falar em livre comércio

O acordo de livre-comércio com a China já tinha sido ventilado por autoridades dos dois países, incluindo o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Jair Bolsonaro: presidente se encontrou com Xi Jinping antes da cúpula dos Brics, em Brasília (Pavel Golovkin/Reuters)

Jair Bolsonaro: presidente se encontrou com Xi Jinping antes da cúpula dos Brics, em Brasília (Pavel Golovkin/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de novembro de 2019 às 14h53.

Última atualização em 14 de novembro de 2019 às 12h54.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira, 13, que deseja diversificar o comércio com a China e agregar valor aos produtos exportados pelo País. Bolsonaro se reuniu no Palácio Itamaraty, em Brasília, com o presidente chinês, Xi Jinping, num encontro prévio à 11ª reunião da Cúpula do Brics, bloco formado também por Rússia, Índia e África do Sul.

"A China é nosso primeiro parceiro comercial e juntamente com toda minha equipe, bem como com empresariado brasileiro, queremos mais que ampliar, queremos diversificar nossas relações comerciais", disse o presidente, em breve declaração à imprensa, antes de seguir para um almoço oferecido à comitiva chinesa. "A China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil."

Bolsonaro não fez menção, no entanto, a um acordo de livre comércio com a China, que já foi citado por autoridades dos dois países anteriormente e tem apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Já o chinês pediu a Bolsonaro parceria e ajuda do Brasil para influenciar negócios com países da América Latina e do Caribe e uma defesa do "multilateralismo" no comércio internacional, por parte dos chefes de Estado no Brics. Até amanhã, eles divulgarão uma declaração conjunta.

"Nossa reunião em grande parte trata do Brics, mas essa relação bilateral em várias áreas, inclusive com aceno do governo chinês de agregarmos valor naquilo que nós produzimos, tudo isso é muito bem-vindo", afirmou Bolsonaro.

O Brasil tem uma demanda antiga para que os chineses abram o mercado interno a produtos agrícolas processados e semiprocessados, de maior valor agregado, como a soja, que poderiam ampliar os ganhos nas exportações. O presidente, porém, não detalhou qual foi o aceno do Xi Jinping.

Autoridades ministeriais dos dois países assinaram uma série de acordos e protocolos de intenção para colaborar em áreas como economia, transportes, saúde, agronegócio e cultura. Segundo Bolsonaro, eles serão "potencializados" pelo Brasil.

"Todos nós, brasileiros e chineses, temos o que ganhar com momentos como esse. Nosso governo vai cada vez mais tratar com devido carinho, respeito e consideração esse gesto do governo chinês", disse Bolsonaro. "Sinta-se em casa, é um prazer tê-lo aqui", disse ao chinês.

Bolsonaro voltou a agradecer uma recente manifestação diplomática da Embaixada da China, que, segundo ele, garantiu respeito à soberania brasileira durante o desgaste internacional com os incêndios florestais na Amazônia: "Foi um gesto de grandeza que nos fortaleceu e muito. Sempre agradecermos por essa oportunidade."

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