Focus: A expectativa para a inflação de 2024 caiu levemente no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (Divulgação/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 09h15.
O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 22, pelo Banco Central elevou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano passou de 1,59% para 1,60%, ante 1,52% de um mês atrás. Considerando apenas as 64 respostas nos últimos cinco dias úteis entretanto, a estimativa para o PIB no fim de 2024 variou de 1 60% para 1,56%.
Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já estava um mês atrás. Considerando as 50 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,00%.
Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 24ª semana consecutiva. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 26 semanas.
A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,7% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
A expectativa para a inflação de 2024 caiu levemente no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 22. A projeção passou de 3,87% para 3,86%. Um mês antes, a mediana era de 3,91%. Para 2025, que também está no foco da política monetária, a projeção seguiu em 3,50%, pela 26ª semana seguida.
Considerando as 103 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,85% para 3,87%. Para 2025, por sua vez, a expectativa saiu de 3,50% para 3,51%, considerando 98 atualizações no período.
Para 2026, a estimativa continuou em 3,50% pela 29ª semana consecutiva - seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a projeção seguiu em 3,50%, como também está há 29 semanas.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em dezembro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, abaixo dos 3,6% da reunião anterior, de novembro. Para 2025, seguiu em 3,2%. O colegiado reduziu a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11 75% ao ano.
O mercado manteve a mediana do Relatório de Mercado Focus para a expectativa de Selic terminal no atual ciclo de flexibilização em 9,00% ao ano no encerramento de 2024. Há um mês, a estimativa já era de 9,00%. Considerando apenas as 79 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 também seguiu em 9,00% ao ano.
Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual (pp), para 11,75% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões - no plural. Na coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou que essa mensagem vale para dois encontros: de janeiro e março de 2024.
No encontro do mês passado, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, igual a um mês antes. Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 25ª semana consecutiva. Para 2027 a estimativa também seguiu em 8,50%, onde se mantém por 24 semanas.
Os economistas do mercado financeiro reduziram levemente a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana, que oscilou de 3,87% para 3,86%, de 3,85% há um mês.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. "Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.
Como mostrou o Estadão Broadcast na semana passada, com a chegada de mais diretores do Banco Central indicados por Lula, o decreto da meta de inflação deve ser finalmente publicado nas próximas semanas. O governo enxerga o período até o fim do recesso do Legislativo como uma "boa janela", já que, até lá, poucos devem ser os anúncios que a equipe econômica prepara para este ano. "O documento já está esboçado. É apenas uma questão de timing e, até a volta do Congresso, pode ser um bom momento", comentou uma fonte.
Os economistas do mercado financeiro revisaram parte das expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira, 22. A mediana para janeiro de 2024 passou de 0,40% para 0,44%. Há um mês, a expectativa era de 0 37%. Para o IPCA de fevereiro, a estimativa passou de 0,65% para 0,66%, de 0,63% um mês antes. Já para março, a previsão para o indicador passou de 0,31% para 0,29%, ante 0,33% de quatro semanas atrás.