Focus: Em relação a 2025, a mediana continuou em 2,00%, mesmo valor de quatro semanas antes (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 09h32.
O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central manteve a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. A mediana para a alta da atividade no ano passado seguiu em 2,92%, mesmo patamar de um mês atrás. Considerando apenas as 30 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 variou de 2,92% para 2,93%.
Para 2024, o documento trouxe elevação na estimativa de crescimento do PIB de 1,52% para 1,59%, ante 1,51% de um mês atrás. Considerando as 29 respostas nos últimos cinco dias úteis a estimativa para o PIB de 2024 seguiu em 1,50%%.
Em relação a 2025, a mediana continuou em 2,00%, mesmo valor de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00% pela 22ª semana seguida.
O Ministério da Fazenda revisou em novembro sua projeção para o crescimento do PIB de 2023 de 3,2% para 3,0%. Para 2024, a estimativa da equipe econômica é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual também é de crescimento de 3,0% para 2023, mas de apenas 1,7% para 2024, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
A expectativa para a inflação de 2023 oscilou para cima. A projeção passou de 4,46% para 4,47%. Um mês antes, a mediana era de 4,51%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção seguiu em 3,90%. Há um mês, era de 3,93%.
Considerando as 44 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 4,45% para 4,54%. Para 2024, por sua vez, a projeção passou de 3,90% para 3,83%, considerando também 44 atualizações no período.
Para 2025, que também está no foco das decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 24ª semana consecutiva - o que evidencia a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa também seguiu em 3 50%, pela 27ª semana seguida.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em dezembro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, abaixo dos 3,6% da reunião anterior, de novembro. Para 2025, seguiu em 3,2% no modelo. Para 2023, a projeção foi atualizada de 4,7% para 4,6%. O colegiado reduziu a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,75% ao ano.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram no Relatório de Mercado Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses em 3,88%, de 3,91% há um mês.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. "Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, disse ao Estadão/Broadcast que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por editar o decreto.
Na avaliação do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas a autoridade monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.
Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus de hoje. A mediana para dezembro de 2023 passou de 0,40% para 0,41%. Há um mês, a expectativa era de 0,45%. Para o IPCA de janeiro de 2024, a estimativa passou de 0,36% para 0,37%, de 0,40% um mês antes. Já para fevereiro, a previsão para o indicador passou de 0,64% para 0,65%, ante 0,58% de quatro semanas atrás.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023. A projeção deficitária seguiu em US$ 32,00 bilhões, ante US$ 36,50 bilhões de um mês atrás. Para 2024, a estimativa de déficit continuou em US$ 40,30 bilhões, ante US$ 41,95 bilhões há quatro semanas.
Em relação ao superávit da balança comercial em 2024, a projeção seguiu em US$ 70,50 bilhões, contra US$ 68,50 bilhões há um mês. Na semana passada, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulgou o superávit recorde de US$ 98,838 bilhões na balança em 2023.
Mesmo com a desaceleração dos fluxos nos últimos meses, os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) é mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes. A mediana das previsões para o IDP em 2023 seguiu em US$ 59,00 bilhões. Há quatro semanas, estava em US$ 61,46 bilhões. Para 2024, a estimativa permaneceu em US$ 65,00 bilhões, ante US$ 70 00 bilhões de um mês antes.