Moeda brasileira: veja o Boletim Focus da semana de 17 de outubro de 2022 (RafaPress/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de outubro de 2022 às 09h32.
Última atualização em 17 de outubro de 2022 às 09h32.
O Relatório de Mercado Focus mostrou nesta segunda-feira, 17, nova melhora nas expectativas para a alta do IPCA - índice de inflação oficial - em 2022, mas também nos anos considerados pelo Banco Central (BC) no horizonte de política monetária - 2023 e 2024 -, um bom sinal para a estratégia de juros adotada pelo órgão.
A projeção para 2022 cedeu de 5,71% para 5,62%, a 16ª redução seguida. Há um mês, a mediana era de 6,00%. A previsão para 2023 passou de 5,00% para 4,97%, enquanto, para 2024, a estimativa arrefeceu de 3,47% para 3,43%. Há um mês, as medianas eram de 5 01% e 3,50%, nessa ordem.
Considerando somente as 76 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2022 passou de 5,63% para 5 56%. Para 2023, variou de 5,00% para 4,93%.
As medianas na Focus para a inflação oficial em 2022 e 2023 estão se aproximando do teto da meta para esses horizontes, mas ainda apontam para três anos de descumprimento do mandato principal do BC, considerando o estouro de 2021. Para 2024, a projeção do mercado segue acima do alvo central de 3,00%, mas tem se movimentado na sua direção.
A meta para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5 00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4 75%. Para 2024, os limites são de 1,50% e 4,50%.
Atualmente, o horizonte relevante da política monetária considera os anos de 2023 e, em menor grau, de 2024, mas, devido às incertezas sobre a política de desoneração tributária sobre os combustíveis, o Banco Central tem dado ênfase ao horizonte de 12 meses até o primeiro trimestre de 2024. Como o horizonte é móvel, cada vez mais, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai olhar para a inflação em 2024 para tomar suas decisões.
Na Focus, a previsão para 2025 permaneceu em 3,00%, porcentual igual ao de 66 semanas atrás. A meta para o ano é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.
No Copom de setembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 5,8% em 2022, 4,6 % em 2023 e 2,8% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano, decretando o fim de seu mais longo ciclo de alta de juros.
Os economistas do mercado financeiro reduziram a projeção para o IPCA de outubro no Boletim Focus, de alta de 0,34% para avanço de 0,33%, contra 0,41% há um mês.
Para o IPCA de novembro, a estimativa passou de 0,46% para 0,45% de 0,50% um mês antes. Para dezembro, a previsão mediana para o indicador variou de 0,71% para 0,70%. Era de 0,75% há quatro semanas.
Já a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses acelerou de alta de 5,20% para avanço de 5,24% - há um mês estava em 5,10%.
O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 17, mostrou melhora marginal da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. A projeção para a alta do PIB em 2022 passou de 2,70% para 2,71%, contra 2,65% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 cresceu de 0,54% para 0,59%, ante 0,50% um mês antes.
Considerando apenas as 45 respostas nos últimos cinco dias úteis a estimativa para o PIB no fim de 2022 cedeu de 2,70% para 2 72%. No caso de 2023, houve 45 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,53% para 0,70%.
O Relatório Focus ainda mostrou manutenção na projeção para o crescimento do PIB em 2024, em 1,70%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram as mesmas.
A perspectiva para a relação entre resultado primário e o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano teve nova evolução positiva no Boletim Focus agora divulgado, com o superávit previsto subindo de 0,91% para 1,00%. Há um mês, a mediana era de 0,75% do PIB. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 continuou em 6,40%, contra 6,70% de um mês atrás.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
O relatório ainda trouxe manutenção em 58,40% na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. Era 58,70% um mês atrás.
Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB subiu de 63,23% para 63,39%, de 63,17% há um mês. A mediana para o déficit primário seguiu em 0,50% do PIB e, para o rombo nominal, permaneceu em 7,70% do PIB. Os porcentuais eram os mesmos há quatro semanas.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de superávit da balança comercial em 2022 em US$ 60,00 bilhões, ante US$ 65,00 bilhões de um mês atrás, segundo a pesquisa Focus. Para 2023, a projeção também continuou em US$ 60,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas.
No caso da projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022, a mediana passou de US$ 30,30 bilhões para US$ 30,00 bilhões, contra US$ 26,52 bilhões de um mês atrás. Em 2023, a projeção para o rombo em transações correntes variou de US$ 33,40 bilhões para US$ 34,00 bilhões. Há um mês, a expectativa era deficitária em US$ 32,00 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o rombo em transações correntes nesses anos. A mediana das previsões para o IDP em 2022 passou de US$ 65,00 bilhões US$ 66 00 bilhões, ante US$ 60,00 bilhões de um mês atrás. Para 2023, variou de US$ 65,00 bilhões US$ 67,34 bilhões, de US$ 66,00 bilhões há quatro semanas.
O mercado financeiro manteve o cenário para a taxa Selic neste e nos próximos anos por mais uma semana, em linha com as sinalizações dadas pelo Banco Central (BC). A projeção para o fim deste ano continuou em 13,75% pela 17ª semana consecutiva. Já a estimativa de 11,25% para o término de 2023 foi renovada pela sexta semana seguida.
Considerando apenas as 58 respostas nos últimos cinco dias úteis a expectativa para o juro básico no fim deste ano também seguiu em 13,75%. Para o término de 2023, as 57 revisões feitas nos últimos cinco dias úteis não alteraram a mediana de 11,25%.
Ainda conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 permaneceu em 7,75%, de 7,50% quatro semanas antes.
No Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro, o BC manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, decretando o fim do mais longo ciclo de alta de juros da história do comitê. A autoridade monetária indicou a manutenção da Selic nesse patamar por "período suficientemente prolongado" para alcançar a convergência da inflação para a meta, mas alertou que, caso a desinflação não ocorra como o esperado, pode voltar a subir os juros.
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