BNDESPar junta outros minoritários contra família Batista
O BNDESPar, que detém 21,3 por cento na JBS, pediu convocação de assembleia extraordinária de acionistas para tratar do assunto
Reuters
Publicado em 28 de junho de 2017 às 21h42.
Rio de Janeiro - O BNDESPar, braço de participações do BNDES , obteve apoio de outros minoritários na JBS , incluindo a Caixa Econômica Federal, para defender o afastamento da família Batista da administração da empresa e pedir indenização por perdas causadas pelos empresários, disseram duas fontes a par do assunto.
O BNDESPar, que detém 21,3 por cento na JBS, pediu convocação de assembleia extraordinária de acionistas para tratar dos assuntos, disse na segunda-feira o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro.
"Estão todos juntos na tentativa de tirá-los. A governança da JBS tem que melhorar senão a empresa vai piorar cada vez mais", disse uma fonte próxima à discussão.
Uma fonte familiarizada com a Caixa confirmou que o banco, que tem cerca de 4,5 por cento das ações da JBS, participará em conjunto com a BNDESPar no esforço para tirar a família da administração da companhia.
A assembleia ainda não tem data marcada. Entretanto, segundo uma das fontes, haveria um prazo de 30 dias após o pedido, feito na semana passada. Além do afastamento dos Batista do comando da JBS, os minoritários querem receber indenização dos empresários pelos prejuízos causados por eles à empresa.
Cálculos preliminares apontam um pedido de ressarcimento de ao menos de 500 a 600 milhões de reais, fora o dano de imagem e as perdas no mercado de ações.
"A indenização que se quer é dentro do que foi declarado na delação premiada", disse uma das fontes. Executivos da empresa, que assinaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, admitem ter pago propina.
A Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin) pediu que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permita acesso a todas as informações dos minoritários da JBS, disse o vice-presidente da entidade, Aurelio Valporto.
A associação também estuda mover uma ação na Justiça para tentar revogar as vantagens obtidas pelos empresários no acordo de delação premiada com Justiça.
A associação entende que, após o acordo, a empresa cometeu atos ilegais e crimes como manipulação de mercado, insider trading entre outros, disse Valporto. A empresa, no entanto, nega as irregularidades.