Economia

BNDES deve adiantar reembolsos, diz Safra

Ontem, o BNDES antecipou o pagamento de R$ 100 bilhões ao Tesouro Nacional, 18,7% do estoque da dívida de R$ 532 bilhões

Ontem, o BNDES antecipou o pagamento de R$ 100 bilhões ao Tesouro Nacional, 18,7% do estoque da dívida de R$ 532 bilhões (Foto/Divulgação)

Ontem, o BNDES antecipou o pagamento de R$ 100 bilhões ao Tesouro Nacional, 18,7% do estoque da dívida de R$ 532 bilhões (Foto/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de dezembro de 2016 às 08h53.

Brasília - O economista-chefe do banco Safra, Carlos Kawall, defende que o governo defina um cronograma de pagamento antecipado da dívida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional para ajudar a reduzir o estoque da dívida bruta brasileira, além de contribuir para a queda das taxas de juros.

Kawall, que foi titular da Secretaria do Tesouro e também integrou a diretoria do BNDES, argumenta que o crédito dado ao banco de fomento ao longo dos últimos anos tira força da política monetária do Banco Central (BC) para o controle da inflação.

Ontem, o BNDES antecipou o pagamento de R$ 100 bilhões ao Tesouro Nacional, 18,7% do estoque da dívida de R$ 532 bilhões. Estudo do banco Safra indica que o escalonamento, pelos próximos dez anos, do pagamento integral da dívida poderia permitir uma queda mais acelerada da dívida bruta com a redução do nível de crédito subsidiado da economia.

Kawall calcula que poderiam ser devolvidos cerca de R$ 70 bilhões dos empréstimos (juros e principal) anualmente, até zerar o estoque, em uma década. Simulação feita pelo economista mostra que a diferença no estoque da dívida ao final seria de dez pontos porcentuais.

Nos cenários traçados, sem o pagamento antecipado, em 2030 a dívida do banco com o Tesouro beiraria 76% do PIB - com a devolução dos empréstimos, cairia para 66%. Nesse último cenário, a dívida bruta deverá se estabilizar em 2022, atingindo níveis abaixo dos atuais só no fim da próxima década.

A redução, diz Kawall, teria efeito importante na redução do prêmio de risco do País. "Tem que dar um sinal para o mercado de que existe um ponto de virada. Isso afeta o risco e os juros", afirma.

O governo anunciou inicialmente a devolução este ano de R$ 100 bilhões dos empréstimos em três parcelas. Em novembro, o Tesouro informou que o ressarcimento seria feito em parcela única. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Banco SafraBancosBNDESDívida públicaDívidas de paísesTesouro Nacional

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor