Economia

Biotest é a primeira empresa farmacêutica a deixar a Grécia

Embora seja uma empresa relativamente pequena na Grécia, sua saída abre um precedente indesejado para o país

Bandeira grega atrás de uma estátua da unidade europeia dolado de fora do Parlamento Europeu, em Bruxelas (Francois Lenoir/Reuters)

Bandeira grega atrás de uma estátua da unidade europeia dolado de fora do Parlamento Europeu, em Bruxelas (Francois Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2012 às 10h05.

Frankfurt/Atenas - A empresa farmacêutica alemã, Biotest, disse que vai parar de enviar mercadoria para a Grécia em julho, tornando-se a primeira empresa da indústria farmacêutica a anunciar que deixará o mercado do país assolado em dívidas, devido ao não pagamento de suas contas.

Embora seja uma empresa relativamente pequena na Grécia, sua saída abre um precedente indesejado para um país cujo sistema de saúde está desmoronando sob o peso da crise grega e impasses administrativos.

"Dissemos ao Ministério da Saúde grego em abril que sairíamos do mercado em três meses, se nenhum pagamento fosse feito," disse o diretor financeiro da Biotest, Michael Ramroth ao jornal alemão Boersen-Zeitung, numa entrevista publicada no sábado. "E não acredito que maná vai cair do céu em junho", acrescentou.

A Grécia está no seu quinto ano de uma recessão profunda e enfrenta o suspense de uma eleição dramática no domingo, cujo resultado pode forçar o país a sair da zona do euro.

Algumas empresas farmacêuticas estão trabalhando em planos de emergência para manter o envio de medicamentos para a Grécia, caso ela seja forçada a sair do bloco, apesar do país, que depende fortemente da importação de materiais médicos, ter deixado muitas contas de hospitais públicos em aberto.

Ramroth, da Biotest, disse que a Grécia pagou todas as contas pendentes de 2010 mas ainda tem dívidas com a empresa - que fabrica produtos a partir do plasma do sangue para tratar queimaduras graves, hemofilia ou tétano - de 8,8 milhões de dólares das contas de 2011.

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