Economia

Plano de Biden vai injetar US$ 1,9 trilhão na economia dos EUA

Pacote inclui cheques de estímulo no valor 1,4 mil dólares, superando os de 600 dólares emitidos de acordo com o último pacote de estímulo do Congresso

Joe Biden: presidente eleito dos Estados Unidos. (The Washington Post / Colaborador/Getty Images)

Joe Biden: presidente eleito dos Estados Unidos. (The Washington Post / Colaborador/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 21h02.

Última atualização em 18 de janeiro de 2021 às 16h14.

O presidente eleito, Joe Biden, anunciou uma aguardada proposta de estímulo econômico nos Estados Unidos destinada a impulsionar a economia e acelerar a resposta dos Estados Unidos à pandemia do coronavírus.

"A partir de quarta-feira, começamos um novo capítulo", disse Biden na noite desta quinta-feira, em discurso para anunciar o plano. A fala faz referência à sua posse, marcada para 20 de janeiro.

Biden fez campanha no ano passado com a promessa de enxergar a pandemia de forma mais séria que o presidente Donald Trump, e o pacote busca colocar essa promessa em movimento com um influxo de recursos para a distribuição da vacina contra o coronavírus e a recuperação econômica.

O pacote inclui 415 bilhões de dólares para reforçar a resposta ao vírus e a distribuição de vacinas contra a Covid-19, cerca de 1 trilhão de dólares em auxílio direto às famílias e cerca de 440 bilhões de dólares para pequenas empresas e comunidades particularmente atingidas pela pandemia, afirmaram autoridades do governo Biden a repórteres em uma teleconferência.

Os cheques de estímulo seriam emitidos no valor 1,4 mil dólares, superando os cheques no valor de 600 dólares emitidos de acordo com o último pacote de estímulo do Congresso. O valor do auxílio-desemprego suplementar também aumentaria para 400 dólares por semana, ante os atuais 300 dólares por semana, e seria estendido até setembro, disseram as autoridades.

Biden fez o anúncio por volta das 19h (horário nobre da costa leste norte-americana, pouco mais de 21h em Brasília), evidenciando a importância que sua equipe tem dado ao assunto.

O plano de Biden visa dar início a seu mandato com um grande projeto de lei que coloca em ação, de forma rápida, sua agenda de curto prazo: auxiliar a economia e controlar um vírus que matou mais de 385 mil pessoas nos Estados Unidos até esta quinta-feira.

Também oferece um forte contraste a Trump, que passou os últimos meses de seu governo tentando minar a vitória eleitoral de Biden em vez de concentrar-se no alívio adicional ao coronavírus. Apesar disso, Trump, que deixa o cargo na próxima quarta-feira, apoiou pagamentos de 2 mil dólares aos norte-americanos.

No Congresso, muitos republicanos recusaram a quantia desses pagamentos, e Biden enfrentará obstáculos semelhantes com suas propostas, embora seja auxiliado pelo fato de que seus companheiros democratas irão controlar a Câmara e Senado.

O novo presidente buscará aprovar o pacote mesmo em um momento no qual seu antecessor enfrenta um julgamento de impeachment.

Momento precário

Nesta quinta-feira, as autoridades afirmaram que o Plano de Biden será constituído de um pacote de socorro que será seguido por outro pacote de recuperação nas próximas semanas.

"Estamos em um momento muito precário para nossa economia”, disse uma das autoridades ouvidas pela Reuters.

O plano estenderia as moratórias sobre execuções hipotecárias e despejos até setembro e incluiria financiamento para aluguel e assistência a serviços públicos.

O presidente eleito também pedirá ao Congresso que aumente o salário mínimo para 15 dólares a hora, e o pacote incluirá ajuda para combater a fome.

Os recursos relacionados ao auxílio ao coronavírus irão para um programa nacional de vacinas, testagem, investimentos para os trabalhadores fazerem a divulgação da vacina e rastreamento de contatos, e dinheiro para os Estados.

Na semana passada, o presidente democrata eleito afirmou que o pacote de estímulo estaria "na casa dos trilhões de dólares" e argumentou que mais gastos no início de seu mandato reduziriam os danos econômicos de longo prazo em razão das paralisações induzidas pela pandemia.

Ele também disse que haveria "bilhões de dólares" para impulsionar a distribuição de vacinas e dinheiro para ajudar a reabrir escolas e para governos estaduais e locais evitarem demitir professores, policiais e profissionais de saúde.

As paralisações e restrições relacionadas à pandemia custaram milhões de empregos norte-americanos.

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