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BID concorda em aumento de capital de US$ 70 bi

Cancún, México - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) concordou nesta segunda-feira em um importante aumento de capital diante da preocupação sobre uma eventual escassez de financiamento na medida em que as economias desenvolvidas deixam para trás as medidas de estímulo.   O aumento de capital de 70 bilhões de dólares, o maior da história […]

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2010 às 08h51.

Cancún, México - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) concordou nesta segunda-feira em um importante aumento de capital diante da preocupação sobre uma eventual escassez de financiamento na medida em que as economias desenvolvidas deixam para trás as medidas de estímulo.

O aumento de capital de 70 bilhões de dólares, o maior da história do organismo, deverá permitir ao BID cumprir com as metas de aprovação de créditos de 12 bilhões de dólares anuais até 2020, disseram funcionários da entidade.

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Esse financiamento será bem-vindo quando o circulante global começar a voltar às economias desenvolvidas, muitas das quais em processo de retirar as estratégias iniciadas no ano passado para se defender da severa crise financeira.

O presidente do México, Felipe Calderón, disse durante a abertura oficial da assembleia do BID, no balneário de Cancún, que existe incerteza sobre os ajustes de políticas fiscais e monetárias em algumas das economias desenvolvidas e emergentes.

"Compartilho que ainda existem dúvidas sobre a solidez da recuperação da demanda privada em nível mundial, que há incerteza em torno da velocidade com que as nações desenvolvidas e algumas economias emergentes ajustarão suas políticas monetárias e fiscais em direção a uma estratégia de saída", afirmou o mandatário.

Neste cenário, as nações pobres e em desenvolvimento terão dificuldade para concorrer ao financiamento, acrescentou.

"Por isso da enorme importância de que instituições multinacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, tenham condições necessárias para poder cumprir seu propósito subsidiário a fim de contribuir para o financiamento do desenvolvimento", disse.

Brasil e México, as duas maiores economias da América Latina, estão acumulando reservas em dólar para contar com uma margem de manobra suficiente caso aconteça em breve o aumento das taxas de juro e a retirada dos estímulos nas nações industrializadas.

"No caso do Brasil, achamos que é melhor nos proteger (...) mesmo se há um custo associado a isso", disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no fim de semana.

Ajuda para o devastado Haiti

O banco também concordou com um programa para aliviar a dívida e apoiar o Haiti com novos fundos. O país caribenho foi devastado há dois meses por um terremoto que deixou mais de 200 mil mortos.

O ministro da Fazenda da Colômbia, Oscar Iván Zuluaga, disse que o cancelamento da dívida do Haiti alcança um valor atual de 479 milhões de dólares.

O ministro mexicano da Fazenda, Ernesto Cordero, afirmou que a decisão permitirá que a empobrecida nação caribenha mantenha o foco nos trabalhos de reconstrução.

"Estamos certos de que o cancelamento da dívida do Haiti com o banco reduzirá as pressões fiscais e evitará um problema de endividamento nos próximos anos", afirmou Cordero na abertura da assembleia.

O país também receberá mais 2 bilhões de dólares durante os próximos 10 anos, comentou o ministro mexicano, ao assumir a presidência do comitê de governadores do BID.

Um funcionário do BID, que é o maior provedor de financiamento multilateral da região, comentou que segundo alguns estudos, o Haiti precisa de mais de 10 bilhões de dólares para sua reconstrução após o terremoto.

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