Bernardo nega aval para reajuste de 7% a aposentadorias
Brasília - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não está propenso a avançar muito" no porcentual de reajuste de 6,14% concedido aos benefícios da Previdência acima de um salário mínimo. O ministro negou, inclusive, que o governo já tenha concordado em elevar esse porcentual para […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não está propenso a avançar muito" no porcentual de reajuste de 6,14% concedido aos benefícios da Previdência acima de um salário mínimo. O ministro negou, inclusive, que o governo já tenha concordado em elevar esse porcentual para 7%.
"Não fechamos porcentual algum. Nós temos uma proposta que está sendo costurada pelo líder Vaccarezza (líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza), que conversou com a maioria dos líderes na Câmara, que apresentaram uma concordância sobre os 7%", afirmou Bernardo, ao chegar para palestra em reunião, fechada à imprensa, da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).
Bernardo disse que a proposta ainda será levada ao Executivo, mas que, numa rápida conversa que ele teve com o presidente, Lula não se mostrou aberto em elevar o porcentual original da Medida Provisória, que concedeu o reajuste de 6,14% em janeiro.
O ministro disse que o governo entende que o texto da MP foi costurado em acordo com as centrais sindicais. "Aquilo era o acordo. Agora, o líder está trazendo uma proposta de 7%", reiterou. Sobre o anúncio do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), de que o reajuste pode ser elevado para 7,71%, Bernardo reagiu com indignação: "Daqui a pouco vão querer dar 70%".
Segundo ele, essa proposta do Senado irá dificultar um acordo. "Precisamos saber qual o fim desse negócio", disse. Ele afirmou que, se o porcentual de reajuste for elevado de 6,14% para 7%, o impacto adicional nas contas da Previdência seria de mais R$ 1,2 bilhão no ano. Ou seja, o impacto do reajuste dos benefícios neste ano subiria de R$ 3 bilhões para R$ 4,2 bilhões.
O ministro afirmou que essa movimentação no Congresso já é "efeito eleitoral". Segundo ele, Vaccarezza colocou que será muito difícil conter a disposição dos parlamentares em ampliar o reajuste. "Na opinião dele, 7% significaria um acordo na Câmara. Agora, a ideia de que no Senado estão querendo aumentar para 7 7%, com certeza, vai dificultar o acordo", disse.