Economia

Bernardo: Corte de gastos do governo vai doer

Ministro do Planejamento quer retração nos gastos públicos para impedir que a economia superaqueça e os juros subam mais

O Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: entre os cortes no orçamento, está o salário dos servidores públicos, que não deve sofrer reajuste (.)

O Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: entre os cortes no orçamento, está o salário dos servidores públicos, que não deve sofrer reajuste (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - Depois de passar todo o governo Luiz Inácio Lula da Silva atuando em sentidos contrários, as políticas de gastos e de juros do governo vão entrar em coordenação. Essa é, pelo menos, a intenção da equipe econômica, que propôs ao presidente um corte de gastos, o que ajudaria no combate à inflação e pouparia o Banco Central de elevar os juros em 2010. O objetivo, segundo explicou ao Estado o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, é evitar que a economia superaqueça este ano tenha de ser freada bruscamente em 2011. O ministro disse que não será um megacorte, mas avisa que "vai doer".

"Cresce um sentimento de que a economia está acelerando para além daquilo que todos avaliavam. Já tem gente falando que podemos crescer 7%. O que pode acontecer? Vamos ficar olhando o Banco Central aumentar os juros? O que estamos discutindo são outras alternativas. Como podemos ajudar com a política fiscal", afirma Bernardo. Ele negou ainda que a medida tenha caráter eleitoreiro. "Aqui não nos preocupamos com eleição. Não estou com brincadeira, não. O governo quer que tenhamos condições de crescer 5% no ano que vem, 5% em 2012. Se fosse por causa da eleição, deixaríamos a economia acelerar, crescer 8% e crescer pouco no ano que vem. Isso sim, seria uma visão eleitoreira", afirmou.

Servidores

Partiu do presidente Lula a orientação para o governo buscar, na Justiça, a decretação da ilegalidade das greves de servidores que tumultuam a Esplanada. Ele mandou ainda descontar os dias parados, segundo Bernardo. O acirramento das pressões por esses e outros gastos, acredita o ministro, refletem uma visão que não será possível arrancar "bondades" semelhantes do próximo presidente.

"Não vamos dar reajustes salariais, não temos previsão orçamentária. Se acham que a solução é fazer greve, façam. Mas vamos entrar com as medidas cabíveis para resolver o problema. O que não é razoável é fazer uma greve sem perspectiva de solução e ficar ganhando, porque aí vira férias, como diz o presidente Lula", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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