Mario Draghi: "nós vemos os primeiros indícios de que o nosso pacote de flexibilização de crédito está oferecendo benefícios tangíveis" (Daniel Roland/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2014 às 14h16.
Frankfurt - Os estímulos do Banco Central Europeu estão ganhando força, mas caso os esforços atuais não sejam suficientes para acelerar a recuperação da economia da zona do euro, o BCE está pronto para fazer mais, disse o presidente da autoridade, Mario Draghi, nesta segunda-feira.
Draghi disse que o ímpeto de crescimento da zona do euro enfraqueceu ao longo do verão (no hemisfério norte), mas que os passos da política monetária do BCE e as reformas dos países da zona do euro deveriam ainda levar a uma recuperação modesta no próximo ano e em 2016.
"Nós vemos os primeiros indícios de que o nosso pacote de flexibilização de crédito está oferecendo benefícios tangíveis", Draghi disse aos legisladores no Parlamento Europeu, acrescentando ser necessário mais tempo para as últimas medidas desdobrarem.
O BCE está injetando mais dinheiro no sistema bancário para desbloquear o crédito às famílias e às empresas, oferecendo aos bancos novos empréstimos de longo prazo e através da compra de dívida privada fora dos seus balanços.
A inflação anual na zona do euro tem ficado no que Draghi classifica como "a zona de perigo", abaixo de 1 por cento há um ano, alcançando 0,4 por cento em outubro, muito abaixo da meta de médio prazo, de um pouco abaixo de 2 por cento.
"Precisamos permanecer atentos a eventuais riscos para as nossas perspectivas de inflação, em particular no contexto de uma dinâmica de enfraquecimento do crescimento e de uma dinâmica monetária e de crédito oprimida", disse Draghi.
Ele reforçou que o BCE está pronto para fazer mais se a inflação permanecer muito baixa por muito tempo, dizendo que a equipe do BCE está preparando terreno para mais ações caso sejam necessário e que tais medidas podem incluir a compra de títulos soberanos.
Imprimir dinheiro para comprar mais dívida soberana, conhecido como "quantitative easing", enfrenta duras oposições da Alemanha.