BCE melhora projeções econômicas, mas mantém política de estímulo
Banco, que tem como meta inflação de pouco menos de 2 por cento, projeta aceleração da alta dos preços nos próximos anos até atingir 1,7 por cento em 2020
Reuters
Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 12h11.
Última atualização em 14 de dezembro de 2017 às 14h34.
Frankfurt - O Banco Central Europeu ( BCE ) elevou as previsões de crescimento e inflação para a área do euro nesta quinta-feira, mas manteve a promessa de estímulo o tempo que for necessário, prevendo que a inflação permanecerá abaixo do objetivo até 2020.
A autoridade monetária manteve os juros nas mínimas recordes, confirmou que as compras mensais de títulos serão reduzidas para 30 bilhões de euros por mês a partir de janeiro e informou que está pronta para expandir ou prolongar as compras de títulos se a perspectiva de inflação piorar.
Isso tudo apesar das pressões de alguns membros para reconhecer explicitamente a força da recuperação da zona do euro e seguir de forma mais próxima à tendência de aperto do Federal Reserve, banco central norte-americano.
"Em suma, a revisão das projeções macroeconômicas está indo na direção certa", disse o presidente do BCE, Mario Draghi, em entrevista à imprensa, observando que o crescimento salarial moderado sugeriu que um "amplo" estímulo ainda é necessário.
Draghi disse ainda que estava mais confiante, em coparação hádois meses, que o objetivo da inflação poderia ser atingido e que não viu nenhum efeito negativo do aperto do Fed dos EUA, com o último aumento de taxas anunciado na véspera.
O BCE decidiu em outubro prorrogar as compras mensais de títulos em nove meses e reduziu-as para 30 bilhões de euros, ante 60 bilhões de euros. Os economistas entrevistados pela Reuters esperavam que o banco apresentasse uma trajetória constante, limitando qualquer debate sobre a próxima medida.
Com a decisão desta quinta-feira, a taxa de depósito, atualmente a principal ferramenta de juros do BCE, continuou em -0,40 por cento.
A principal taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, foi mantida em zero, enquanto a taxa de empréstimo continua em 0,25 por cento.
O BCE, que tem como meta inflação de pouco menos de 2 por cento, projetou aceleração da alta dos preços nos próximos anos até atingir 1,7 por cento em 2020.
Também melhorou a projeção de crescimento para 2017 para 2,4 por cento, sobre 2,2 em previsão anterior. A previsão para 2018 foi a 2,3 por cento, ante 1,8 por cento, e a de 2019 subiu para 1,9 por cento, contra 1,7 por cento anteriormente. Para 2020 o banco projetou expansão da economia de 1,7 por cento.