Economia

BC: resultado fiscal do setor público indica cenário mais favorável

De janeiro a julho deste ano, a economia feita para o pagamento de juros da dívida pública chegou a R$ 91,979 bilhões, o maior resultado da série histórica do BC

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel: “as receitas têm crescido e observamos uma moderação no aumento das despesas” (Elza Fiúza/ABr)

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel: “as receitas têm crescido e observamos uma moderação no aumento das despesas” (Elza Fiúza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2011 às 18h02.

Brasília - O resultado fiscal do setor público indica um cenário mais favorável este ano, destacou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. De janeiro a julho deste ano, a economia feita para o pagamento de juros da dívida pública, chegou a R$ 91,979 bilhões, o maior resultado da série histórica do BC, iniciada em 2001. Esse superávit corresponde a 78% da meta para o ano, que é R$ 117,9 bilhões.

De acordo com Maciel, o crescimento da economia tem sido o principal fator determinante para esse cenário, uma vez que a maior atividade econômica gera mais emprego e renda e mais arrecadação de receitas para o governo. “As receitas têm crescido e observamos uma moderação no aumento das despesas”, disse. Segundo ele, a expectativa é que esse cenário continue favorável.

Em 12 meses encerrados em julho, o superávit primário ficou em R$ 150,087 bilhões, o que representa 3,83% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB).

Apesar do aumento do superávit primário, o esforço não foi suficiente para pagar os juros da dívida, que ficaram em R$ 138,544 bilhões, nos sete meses do ano, contra R$ 109,152 bilhões registrados em igual período de 2010. Em 12 meses encerrados em julho, os gastos com juros ficaram em R$ 224,761 bilhões, o que representa 5,73% do PIB. Esse é o maior percentual desde agosto de 2008 (6,11%).

Segundo Maciel, o aumento dos gastos com juros se deve à elevação do estoque do endividamento, ao aumento da taxa básica de juros, a Selic, e ao crescimento da inflação, dois indicadores que corrigem a dívida pública.

Em julho, a dívida líquida do setor público chegou a R$ 1,545 trilhão, resultado que corresponde a 39,4% do PIB. Em relação ao mês anterior, houve uma redução de 0,3 ponto percentual. No ano, a redução na dívida líquida em relação ao PIB chega a 0,8 ponto percentual.

Segundo o BC, contribuíram para essa redução a economia feita para o pagamento de juros da dívida, e o crescimento do PIB. Para agosto, a previsão do BC é 38,9% do PIB.

A dívida bruta do Tesouro Nacional, da Previdência e de governos estaduais e municipais chegou a R$ 2,204 trilhões (56,2% do PIB) em julho, com aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior. A projeção do BC para este mês é que haja manutenção do resultado de julho em relação ao PIB.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDívida públicaJurosMercado financeiro

Mais de Economia

Pix não será taxado em 2025: entenda as novas regras de monitoramento da Receita Federal

Rui Costa diz que eventos climáticos levaram inflação de 2024 para fora do teto

Em 26 anos do regime de inflação, BC descumpriu a meta em 8; carne, café e gasolina pesaram em 2024

Gasolina, café, abacate e passagens áreas: quais produtos ficaram mais caros e mais baratos em 2024