Economia

BC reconhece inflação elevada, mas mantém avaliação de choque temporário

Índices inflacionários, como IPCA e IGP-M, vêm surpreendendo sucessivamente as expectativas do mercado

Banco Central (Ueslei Marcelino/Reuters)

Banco Central (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 08h24.

Última atualização em 15 de dezembro de 2020 às 12h10.

O Banco Central reconheceu nesta terça-feira que a inflação em dezembro deverá ser alta, mas manteve a avaliação de que o movimento será passageiro na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

"As últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços de alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada, com coleta extraordinária de preços de mensalidades escolares e transição para o mais elevado patamar de bandeira tarifária de energia elétrica", apontou a ata.

"Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente", completou.

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Na semana passada, o BC manteve a Selic em 2% pela terceira vez consecutiva e destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu compromisso de não subir os juros básicos --através do chamado forward guidance-- podem em breve não estar mais satisfeitas.

"Isso não quer dizer um aumento de juro imediato, mas coloca pressão em cima do cenário em que a Selic subiria apenas no segundo semestre. Hoje vemos início de alta em junho", avaliam analistas da Exame Research.

Na ata, o BC também reiterou a mensagem e ponderou quanto à atividade econômica no país, que os riscos associados à evolução da pandemia podem implicar um cenário doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual.

Veja também: Entenda como as decisões macroeconômicas atingem o bolso dos cidadãos

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