BC não vê inflação convergir para a meta antes de 2 anos
Segundo diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, essa perspectiva não está no horizonte de previsão
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2014 às 15h28.
Brasília - O diretor de Política Econômica do Banco Central , Carlos Hamilton Araújo, afirmou nesta quinta-feira, 27, durante apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que o BC não trabalha com perspectiva de convergência da inflação para a meta, de 4,5%, nos próximos 24 meses. Segundo Hamilton Araújo, essa perspectiva não está no horizonte de previsão.
Na visão dele, choques adversos impedem que a inflação ceda. Ainda assim, ele espera, em algum momento no futuro, o arrefecimento do custo de vida. Para Hamilton, "o impulso monetário está respondendo como o esperado" e apesar dos "ventos contrários", a inflação em 12 meses medida por 80% dos indicadores recuou.
Ainda para o diretor, há incertezas em torno da projeção de ajuste de 9,5% da energia. Segundo ele, não é possível prever com exatidão qual será o tamanho da correção. "As incertezas sobre energia e em geral fazem parte do processo", disse.
Hamilton, no entanto, admitiu que a inflação está elevada. "Nós reconhecemos isso, a inflação está elevada. Na medida em que eventos que justifiquem mudanças nesse cenário ocorram, vamos atualizar o cenário", explicou.
Alimentos
Hamilton Araújo reafirmou que apesar dos "ventos contrários" a política monetária vai continuar fazendo seu papel. "Mais adiante os índices de inflação vão respondendo ao esforço de política monetária que tem sido feito", repetiu.
O diretor reforçou que o choque do segmento de alimentos tem sido "cuidado" pelo BC e reiterou que é possível antecipar alguma reversão nesse quadro.
"Uma vez que as condições climáticas se normalizem, é razoável antecipar uma reversão pelo menos parcial desse movimento", afirmou.
"Os choques adversos fazem com que a inflação não tenha cedido até agora, mas não posso interpretar que ela não vá ceder. Nós enxergamos que vai ceder", completou.
Apesar de ter feito um exercício para mostrar que a inflação estaria ainda mais elevada não fossem as sucessivas elevações da Selic desde abril do ano passado, Hamilton Araújo se recusou a fazer exercício semelhante sobre o arrefecimento da inflação caso a política fiscal não tivesse sido expansionista no último período.
"Trabalhamos com a hipótese de que política fiscal não esta adicionando impulso à demanda agregada este ano. Consideramos uma política fiscal de neutralidade em 2014 e em 2015", se limitou a comentar.
Brasília - O diretor de Política Econômica do Banco Central , Carlos Hamilton Araújo, afirmou nesta quinta-feira, 27, durante apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que o BC não trabalha com perspectiva de convergência da inflação para a meta, de 4,5%, nos próximos 24 meses. Segundo Hamilton Araújo, essa perspectiva não está no horizonte de previsão.
Na visão dele, choques adversos impedem que a inflação ceda. Ainda assim, ele espera, em algum momento no futuro, o arrefecimento do custo de vida. Para Hamilton, "o impulso monetário está respondendo como o esperado" e apesar dos "ventos contrários", a inflação em 12 meses medida por 80% dos indicadores recuou.
Ainda para o diretor, há incertezas em torno da projeção de ajuste de 9,5% da energia. Segundo ele, não é possível prever com exatidão qual será o tamanho da correção. "As incertezas sobre energia e em geral fazem parte do processo", disse.
Hamilton, no entanto, admitiu que a inflação está elevada. "Nós reconhecemos isso, a inflação está elevada. Na medida em que eventos que justifiquem mudanças nesse cenário ocorram, vamos atualizar o cenário", explicou.
Alimentos
Hamilton Araújo reafirmou que apesar dos "ventos contrários" a política monetária vai continuar fazendo seu papel. "Mais adiante os índices de inflação vão respondendo ao esforço de política monetária que tem sido feito", repetiu.
O diretor reforçou que o choque do segmento de alimentos tem sido "cuidado" pelo BC e reiterou que é possível antecipar alguma reversão nesse quadro.
"Uma vez que as condições climáticas se normalizem, é razoável antecipar uma reversão pelo menos parcial desse movimento", afirmou.
"Os choques adversos fazem com que a inflação não tenha cedido até agora, mas não posso interpretar que ela não vá ceder. Nós enxergamos que vai ceder", completou.
Apesar de ter feito um exercício para mostrar que a inflação estaria ainda mais elevada não fossem as sucessivas elevações da Selic desde abril do ano passado, Hamilton Araújo se recusou a fazer exercício semelhante sobre o arrefecimento da inflação caso a política fiscal não tivesse sido expansionista no último período.
"Trabalhamos com a hipótese de que política fiscal não esta adicionando impulso à demanda agregada este ano. Consideramos uma política fiscal de neutralidade em 2014 e em 2015", se limitou a comentar.