Economia

BC foi tímido demais, diz Gradual

Para o economista-chefe da corretora, BC cedeu a pressões do mercado e recuou quando não precisava

Banco Central de Alexandre Tombini foi tímido demais no corte da Selic, diz Gradual (Wilson Dias/ABr)

Banco Central de Alexandre Tombini foi tímido demais no corte da Selic, diz Gradual (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2012 às 11h38.

São Paulo – O Banco Central foi conservador demais ao reduzir a taxa Selic em apenas meio ponto percentual, na avaliação de Andre Guilherme Pereira Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, ao avaliar o crescimento de 0,2% do PIB no primeiro trimestre..

“Os mercados estão derretendo, precisamos de uma posição mais firme. O BC evitou se descolar da percepção do mercado e foi tímido demais”, diz o economista, que esperava um corte de pelo menos 0,75 diante do agravamento da situação econômica externa.  “Acho que a Selic tem que cair para 6% logo”, acrescenta.

Para o analista, a inflação não é uma barreira para cortes mais agressivos nos juros, já que há indícios de que a atividade econômica está esfriando.

Diante da “parcimônia” do BC, a corretora cogita revisar para baixo sua previsão anual para crescimento do PIB, que já é de 2,3%, bastante conservadora – a meta inicial do governo para o ano era de 4,5%, embora o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já tenha reconhecido que será difícil chegar lá.

Para Perfeito, a queda de 2,1% na formação bruta de capital fixo é especialmente preocupante. “O investimento está em queda muito forte. No quarto trimestre de 2010, a taxa cresceu 21,5%. Claro que a base era mais baixa, mas a diferença ainda é preocupante”, aponta.

Em sua avaliação, as medidas de incentivo do governo à indústria tendem a surtir efeito a partir do segundo semestre, mas a situação ainda é preocupante.

O crédito é um dos pontos de preocupação. “Numa economia onde a inadimplência sobe, isto pode travar o motor do consumo, a galinha e os ovos de ouros do PIB de 2012”, diz a corretora, em relatório a clientes.

“O BC devia ter enfrentado o mercado e cortado mais forte. Recuou quando não precisava”, conclui o boletim.

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