Economia

BC do Canadá eleva taxa básica de juros ao maior nível em 15 anos

O movimento, no entanto, representa uma desaceleração do ritmo de aperto monetário

Canadá: o BC espera manter a taxa no seu nível atual, enquanto avalia o impacto dos aumentos acumulados das taxas de juros (Marc Bruxelle/Thinkstock)

Canadá: o BC espera manter a taxa no seu nível atual, enquanto avalia o impacto dos aumentos acumulados das taxas de juros (Marc Bruxelle/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de janeiro de 2023 às 13h18.

O Banco do Canadá (BoC, na sigla em inglês) elevou sua taxa básica de juros em 25 pontos-base (pb), de 4,25% a 4,50% - o maior nível em 15 anos. O movimento, no entanto, representa uma desaceleração do ritmo de aperto monetário, já que na reunião anterior a alta foi de 0,50 ponto porcentual. Além disso, o BC afirmou que segue com o aperto quantitativo (QT, na sigla em inglês) já em andamento.

O BC canadense anunciou ainda que, se os desenvolvimentos econômicos evoluírem globalmente em linha com as perspectivas do Relatório de Política Monetária (MPR), o BC espera manter a taxa no seu nível atual, enquanto avalia o impacto dos aumentos acumulados das taxas de juros. "O Conselho está preparado para aumentar ainda mais a taxa básica de juros, se necessário, para retornar a inflação à meta de 2%, e continua resoluto em seu compromisso de restaurar a estabilidade de preços para os canadenses", pondera.

De acordo com o comunicado, no Canadá, o crescimento econômico recente foi mais forte do que o esperado e a economia continua em excesso de demanda. Os mercados de trabalho ainda estão apertados, mas há evidências crescentes de que a política monetária restritiva está desacelerando a atividade, especialmente os gastos das famílias.

Neste cenário, o BoC projeta que o crescimento pare até meados de 2023, retomando no final do ano. "Esperamos um crescimento do PIB de cerca de 1% em 2023 e cerca de 2% em 2024, pouco alterado em relação às perspectivas de outubro."

Já com relação à inflação, é perspectiva é que ela desacelere significativamente este ano. "Preços mais baixos de energia, melhorias nas condições de oferta global e os efeitos de taxas de juros mais altas sobre a demanda devem reduzir a inflação do índice de preços ao consumidor (CPI) para cerca de 3% em meados deste ano e voltar à meta de 2% em 2024", prevê.

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