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BC deve anunciar mudança nas regras do compulsório

BC quer simplificar as regras dos compulsórios, o dinheiro que os bancos deixam depositado sem nenhuma remuneração

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BC: ideia é unificar as regras dos depósitos e permitir que os bancos repassem a economia operacional aos clientes (Ueslei Marcelino/Reuters)

BC: ideia é unificar as regras dos depósitos e permitir que os bancos repassem a economia operacional aos clientes (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de janeiro de 2017 às, 08h00.

Brasília - Depois de acelerar o ritmo de queda da taxa Selic, o Banco Central anuncia nos próximos dias uma ampla reformulação e simplificação dos depósitos compulsórios, dinheiro que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central, parte sem nenhuma remuneração.

Será uma espécie de "reforma tributária" dos depósitos compulsórios, que têm importante peso no custo do crédito. Nessa primeira etapa, o BC vai unificar e reduzir o número de alíquotas desses depósitos.

Hoje, os bancos precisam deixar no BC uma parte dos depósitos à vista (contas correntes), dos depósitos a prazo (como os Certificados de Depósito Bancário e aplicações em debêntures) e da poupança.

Para cada uma dessas obrigações, há uma regra e cálculo diferentes. A ideia é uniformizar as exigências para permitir que os bancos repassem a economia operacional aos clientes - o chamado compulsório é parte do custo que as instituições cobram por meio do spread (diferença entre a taxa que os bancos captam e a que cobram dos clientes).

Num segundo momento, será feita uma redução gradual do nível dos compulsórios, abrindo caminho para elevar o volume de dinheiro disponível para os bancos emprestarem às empresas e pessoas físicas. Segundo o BC, estão estocados na instituição R$ 428,4 bilhões.

Esta será primeira medida voltada à redução do custo do crédito e dos spreads da agenda de reformas estruturais lançada pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn. Como a manutenção desses depósitos representa custo para os bancos, essa diferença acaba fomentando o aumento das taxas bancárias.

A agenda BC+, baseada em quatro pilares (educação financeira, legislação mais moderna e sistema financeiro e crédito mais barato), foi lançada pelo Banco no fim do ano passado e a expectativa do mercado financeiro era de que a simplificação dos compulsórios demorasse uma pouco mais.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o BC não quer, neste primeiro momento, mudar o nível do compulsório para não competir com o movimento de queda da taxa Selic.

A política do BC dá preferência ao uso da taxa de juros, em vez de utilizar a calibragem do volume de crédito via redução dos compulsórios.

O entendimento é que as duas formas, se usadas conjuntamente, competem entre si. Para controlar a inflação é mais eficaz mexer no nível da taxa do que no volume de depósitos.

A avaliação é que se houvesse liberação de compulsórios, como defendiam aliados do governo Temer, o volume liberado dificilmente seria direcionado a novos empréstimos.

Spreads

O governo está fazendo ainda um novo mapeamento da decomposição dos spreads bancários para identificar os fatores que mais pesam para se manterem elevados, como carga tributária, ineficiência e menor competição bancária.

Nesta segunda-feira, 23, Goldfajn se reuniu com toda a diretoria da Febraban (entidade que representa os bancos) para acelerar as medidas.

Nos próximos dias, o governo também vai anunciar a implantação efetiva para a redução do juros no rotativo do cartão de crédito.

Desde que a medida foi anunciada pelo presidente Michel Temer, o governo tenta aperfeiçoar a norma para afastar riscos jurídicos.

Estão avançados ainda os estudos para a reformulação na legislação do cadastro positivo e na forma de mudança na forma de cálculo da TJLP, usada em financiamentos do BNDES. Como antecipou o Estado, o governo vai atrelar a TJLP às taxas das NTN-B (títulos do Tesouro corrigidos pela inflação).

A proposta que ganha força no governo é de que a mudança só tenha efeitos nos novos empréstimos, sem alteração no estoque.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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